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Um resultado que deveria ser comemorado por pais e alunos se transformou em motivo de polêmica na Escola Estadual Reverendo Augusto da Silva Dourado.

A unidade de ensino, que fica em Sorocaba, a 90 quilômetros de São Paulo, obteve 9,3 no Idesp (Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo) de 2011, entre as escolas dos anos iniciais do ensino fundamental. O índice vai de 0 a 10.

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No entanto, pais e alunos acusam a escola de fraudar a avaliação estadual, que é revertida em bônus salarial para professores e funcionários. Segundo os relatos, os estudantes teriam sido ajudados pelos professores durante a aplicação das provas de português e matemática.

Alguns pais de alunos ouvidos pela reportagem consideram que o resultado, que coloca a unidade no topo do ranking entre escolas de 1º ao 5º ano, não reflete o nível de aprendizado de seus filhos. “Não adianta nada ver essa nota e os nossos filhos continuarem com dificuldades. Essa não é a realidade”, afirma  Alessandra da Silva, mãe de um aluno da Reverendo Augusto da Silva Dourado.

Acusação de fraude na prova

Os alunos conseguiram nota máxima em matemática e 9,2 em português, o que resultou na média de 9,3. A nota ultrapassa o dobro da média das escolas do 5º ano de São Paulo, que foi de 4,24. Em 2010, a escola sorocabana obteve uma média de 6,07.

Durante uma visita ao bairro, que fica na zona industrial da cidade, é fácil ouvir comentários sobre o assunto. A mãe de uma aluna que participou da prova disse que a filha tirou dúvidas com uma professora.

“Ela [a aluna] disse que não tinha entendido bem as questões e a professora explicou melhor cada assunto”, afirma Raquel Laminda dos Santos, 30. Ela comentou ainda que o fiscal não teria se incomodado com a presença da professora de classe na sala, durante a avaliação do Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo).

Há relatos, ainda, de que os melhores estudantes teriam respondido mais de uma prova: “Eles terminavam rápido e faziam a prova de quem faltou”, contou uma aluna.

Investigação

A diretora da Escola Estadual Reverendo Augusto da Silva Dourado, Vicentina de Jesus, nega qualquer tipo de fraude. Ela diz que a unidade de ensino se empenhou para melhorar a colocação no ranking. “As pessoas pensam que só alunos de escolas particulares têm o direito a ensino de qualidade e nós mostramos que não”, afirma categórica. “As professoras apenas aplicaram um simulado antes da prova e nesse dia, sim, ajudaram os alunos”, completa.

Por nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo informou que já solicitou à Fundação Vunesp, responsável pela aplicação do Saresp, um relatório sobre as circunstâncias da prova realizada na Escola Estadual Reverendo Augusto da Silva Dourado, em Sorocaba. Com base nos esclarecimentos prestados, a secretaria decidirá quais providências serão tomadas.

A secretaria ressalta que o exame não foi aplicado por professoras da própria escola, mas sim por um docente de outra unidade para garantir a idoneidade do Saresp.

Com as denúncias, o Ministério Público em Sorocaba decidiu investigar o caso. O promotor Antonio Domingues Farto Neto pretende acionar as promotorias da Infância e da Juventude e Criminal e a Delegacia da Infância e da Juventude. Ele explicou que o fato de haver premiação aos docentes das escolas que conseguem bons resultados caracterizaria um crime de estelionato se for comprovada a ajuda dos professores.

(UOL)

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