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Os direitos de milhares de adolescentes são negligenciados dia após dia em todo o mundo. A conclusão é do relatório ‘Progresso para as Crianças: Um relatório sobre adolescentes’ lançado recentemente pelo Fundo das Nações Unidas para a Criança (Unicef). Além de fazer um diagnóstico sobre a situação desta população de 10 a 19 anos*, o documento ainda aponta os aspectos onde é mais necessário investir para proporcionar uma vida digna aos adolescentes.

Apesar dos avanços ocorridos em matéria de saúde e educação em diversos países, os adolescentes ainda continuam carecendo de atenção nestes setores. De acordo com o relatório da Unicef, 90% das crianças em idade escolar estão devidamente matriculadas na escola primária, no entanto quando o assunto é chegar às séries secundárias a situação muda de forma.

Mais de 70 milhões de meninos e meninas deveriam, mas não estão matriculados na escola secundária. A entrada nestas escolas não são frequentes, sobretudo na África e na Ásia. Segundo o relatório a África Subsaariana tem os piores indicadores de ensino secundário do mundo. Já os que nem tiverem a oportunidade de ir à escola e permanecem analfabetos somam 127 milhões de jovens com idade entre 15 e 24 anos. Eles estão principalmente no Sul da Ásia e na África Subsaariana.

Não é a toa que a África ao sul do Saara é considerada a região mais difícil para um/a adolescente crescer e se desenvolver com acesso à educação, saúde e posteriormente emprego. Nesta parte do continente, os/as adolescentes ainda estão crescendo. Unicef estima que até 2050 a região terá a maior população com idade entre 10 e 19 anos do mundo.

A segurança e o bem estar dos/as adolescentes também precisam de mais atenção e reforço nos investimentos. Atualmente, um milhão e 400 mil morrem vítimas de acidentes de trânsito, complicações no parto, suicídio, Aids, violência, dentre outras causas. Em países da América Latina, mais mortes de adolescentes são ocasionadas por homicídios do que por acidentes de trânsito ou suicídio.

Ao entrar na adolescência, meninos e meninas correm mais risco de serem afetados pela violência. O relatório da Unicef aponta que, de forma especial, as adolescentes estão mais vulneráveis à violência no casamento. Em pesquisa feita na República Democrática do Congo, cerca de 70% das meninas com idade entre 15 e 17 anos, que já tinham sido casadas, afirmaram já ter sofrido violência pelas mãos do atual ou do antigo companheiro.

A saúde desta população também vem sendo negligenciada. Prova disso é a alta taxa de natalidade entre adolescentes de países da América Latina, Caribe e África Subsaariana. No Níger, considerado um dos países mais pobres do mundo, metade das jovens com idade entre 20 e 24 anos deu à luz antes dos 18 anos. Já na África, as complicações na gravidez e no parto são as principais causa-morte de meninas com idade entre 15 a 19 anos.

Além de investir em áreas estratégicas para reduzir a pobreza e derrubar barreiras que impedem esta população de ter acesso a todos os seus direitos, Unicef aponta em seu relatório que os/as adolescentes precisa ser reconhecida como agentes de mudanças, visto que o investimento em programas e políticas para eles e elas pode gerar benefícios sociais, econômicos e políticos para os próprios/as adolescentes e suas comunidades e nações.

*O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) do Brasil considera adolescentes as pessoas com idade entre 12 a 17 anos, já a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas defende o recorte de 10 a 19 anos.

(Adital)

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