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publicado dia 30 de maio de 2012

O trabalho do diretor escolar deve levar em conta a comunidade, diz educadora dos EUA

"Os diretores são o segundo elemento mais importante no processo educacional", defende a especialista em educação Irma Zardoia.

A presidente da Academia de Lideranças da Cidade de Nova Iorque (NYCLA), dos Estados Unidos, Irma Zardoia, defende que é imprescindível que os diretores entendam a realidade do bairro da escola em que trabalham e planejem suas ações de acordo com esse contexto. O tema foi abordado durante o Ciclo de Debates sobre Gestão Educacional, promovido pela Fundação Itaú Social, na última segunda-feira (28/5).

“O gestor tem o desafio de envolver a comunidade, só com um trabalho em grupo é possível reverter o baixo desempenho escolar”, afirma. Para ela, o diretor é o segundo elemento mais importante do processo educacional, depois do professor e, por isso, é de extrema relevância prepara-los adequadamente para exercer sua função.

A NYCLA desenvolve lideranças em gestão escolar na rede pública de Nova Iorque, desde 2003. A principal iniciativa da organização é o Programa para Diretores Aspirantes (APP), que se tornou referência no país pelos bons resultados atingidos em escolas vulneráveis. A formação inclui um intensivo de verão de seis semanas, em que se simula um trabalho em escola, e dez meses de estágio remunerado , com a orientação de um diretor especialista.

Irma conta que são levadas experiências e problemas reais ao curso para o entendimento e engajamento dos futuros profissionais, incentivando o trabalho em equipe. “Defendemos a ideia de que somos todos aprendizes, por isso, o diretor aspirante deve se colocar no lugar dos alunos na sala de aula e buscar soluções para contribuir com o aumento da sua capacidade de desenvolvimento”, explica.

A avaliação de impacto realizada pelo Instituto de Políticas Sociais e Educacionais da Universidade de Nova Iorque demonstrou que o APP melhorou significativamente o desempenho dos alunos. De acordo com os estudos, as escolas lideradas por  gestores capacitados no programa reduziram pela metade a lacuna de desempenho inicial em inglês que havia entre os estudantes quando comparadas aos colégios de mesmo nível onde não trabalham diretores que fizeram a formação da NYCLA.

“As metas dos diretores estão estritamente ligadas às da escola e o sucesso depende do alinhamento dessas metas”, ressalta Irma. Desde 2010, 423 profissionais já foram formados, o que corresponde a 17% dos diretores de escolas públicas da cidade de Nova Iorque. No total, já foram atendidos 112 mil estudantes por profissionais capacitados pelo APP e, mais da metade deles atuam em bairros pobres, como o Bronx e o Brooklyn.

Para manter o projeto, o custo é alto: cerca de US$ 86 bilhões de dólares (aproximadamente 160 milhões de reais) foram investidos somente nos primeiros quatro anos. Atualmente, quem financia o APP é o Departamento de Educação da Cidade de Nova Iorque, mas inicialmente houve também a colaboração de empresas e organizações sem fins lucrativos.

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