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Por Marina Morena Costa, do IG

A Universidade de São Paulo (USP) pretende abrir 13 novos cursos de mestrado profissional até 2013, a maioria deles nas áreas de Saúde e Educação. A criação dos cursos foi motivada por mudanças no Regimento da Pós-Graduação, afirma o pró-reitor de Pós-Graduação, Vahan Agopyan. Quatro cursos já foram aprovados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação (MEC), e começam no segundo semestre deste ano.

Mestrados profissionais não são oferecidos na USP atualmente. A universidade tem apenas mestrados acadêmicos, com o objetivo de formar docentes e pesquisadores. Os profissionais também são stricto sensu e concedem o título de mestre, mas são voltados para o mercado de trabalho, com ênfase na experiência profissional, na utilização prática dos conhecimentos e na inovação.

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“A pós-graduação não pode ser formadora somente de pesquisadores acadêmicos, mas sim de recursos humanos altamente capacitados para atuar em todos os setores da sociedade”, afirma o pró-reitor de Pós-Graduação da USP. Os novos mestrados profissionais que começam no segundo semestre são nas áreas de Matemática, Física, Gestão Pública (câmpus de Ribeirão Preto) e Construção Civil na área Tecnológica (Escola Politécnica).

De acordo com Agopyan, um grupo de trabalho formado em 2010 para analisar e sugerir mudanças na pós-graduação identificou que havia uma grande demanda do mercado, principalmente na área da saúde, por profissionais com formação de pesquisador. No entanto, o regimento da universidade não era claro sobre a finalidade do mestrado profissional e os poucos cursos criados após 1999, quando a modalidade foi reconhecida para a Capes, foram fechados.

As mudanças no regimento ainda aguardam a aprovação do Conselho Universitário, porém a discussão e a aprovação do novo texto pelo Conselho de Pós-Graduação foram suficientes para motivar as propostas de novos cursos. “Fiquei surpreso com o retorno da comunidade acadêmica”, diz Agopyan.

Excelência

Os mestrados profissionais cresceram 90% entre 2005 e 2010. Segundo números da Capes, os programas saltaram de 132 para 247. A Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV) tem o primeiro mestrado profissional em Administração do País, criado em 1993 e considerado um dos mais rigorosos.

As 40 vagas anuais raramente são preenchidas totalmente, devido ao alto nível de exigência do processo seletivo, que pede bom desempenho nos testes ANPAD (exame de proficiência nacional em Administração) ou GMAT (exame americano exigido para ingresso nos MBAs internacionais), cartas de recomendação e analisa o histórico escolar da graduação e o comprometimento que o candidato terá com o curso.

“Os alunos trocam experiências profissionais e discutem as melhores práticas. A qualidade está ligada à turma. Uma das perguntas da entrevista de seleção é: ‘no que você vai agregar valor a sua classe?’ Eu quero a nata”, declara a professora Marina Heck, coordenadora do curso.

Marcos Barcellos, 35 anos, economista com três especializações, e aluno do quarto módulo do curso, conta que para acompanhar o curso tem que fazer sacrifícios, como acordar às 4h para estudar até as 8h, hora de ir para o trabalho. “A exigência é grande para entrar e para continuar. O curso é focado em estudo de casos, orientação para a prática e entra em detalhes de conceitos da administração financeira de forma muito bem aplicada”, destaca.

A nota dos estudantes varia de acordo com o desempenho da classe. Ou seja, uma nota 8, pode ser um “C” se todos os outros alunos tirarem 10. Uma sequência de três notas C jubila o estudante. “A turma é muito competitiva. Minha classe começou com 22, depois de 6 meses somos 17 alunos. Quem não consegue acompanhar desiste”, conta Barcellos.

O investimento é salgado, 24 parcelas de R$ 3.400, mas alunos garantem que vale a pena. Ricardo Lemos, 46 anos, formado em Administração e Ciências Contábeis, com MBA em Controladoria, afirma que o curso tem sido extremamente útil em seu trabalho. Sócio de uma consultoria, ele atende clientes de diversas áreas e setores da indústria. “Faz a gente pensar de forma pragmática e clara e tirar nossas próprias conclusões com base na nossa experiência e na dos colegas. Não tem receitinha de bolo.”

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