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De Patrícia Gomes, do Porvir

De junho de 2012 até o início de 2015 são dois anos e meio ou 30 meses ou pouco mais de 900 dias. É nesse espaço de tempo que o grupo de educadores da rede internacional OLE (Opening Learning Exchange) pretende, com um kit de ferramentas educacionais, ajudar países como Nepal, Índia, Ruanda, Gana e Haiti a alcançarem o mínimo necessário para se ter uma educação de qualidade. Eles querem garantir que, pelo menos, os alunos tenham capacidade de ler e entender notícias, escrever um e-mail, manipular números e contribuir para o desenvolvimento local.

O conteúdo de cada kit depende das necessidades do país que recebe o suporte da equipe do OLE. Em princípio, eles são compostos de softwares que ajudam na criação, adaptação e avaliação do currículo segundo as necessidades locais, insumos para se montar uma biblioteca digital, informações sobre como captar recursos e como desenvolver estratégias de comunicação, treinamento de professores e um portal que reúne em rede as pessoas envolvidas com o OLE no mundo para troca de experiências.

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“Estamos trabalhando no desenvolvimento de um ‘kit de ferramentas’ que estará on-line e será composto por esses itens. Nós identificamos a necessidade de dar essa orientação e de partilhar exemplos para ajudar quem quer inovar a planejar e implementar mudanças importantes em seus sistemas educacionais”, afirma Araceli Camacho, do OLE.

De acordo com Richard Rowe, presidente da organização, o OLE nasceu depois que um grupo de professores percebeu que havia mais de 1 bilhão de crianças no mundo sem acesso à educação. Eles começaram, então, a montar uma rede e uma metodologia para prover educação básica de qualidade a países em situação vulnerável e estabeleceram uma meta: 2015, a mesma da ONU em seus Objetivos do Milênio. “As pessoas acham que a tecnologia é a solução para dar qualidade à educação, mas ela é só parte do processo. A solução tem que começar com as pessoas, por isso treinamos diretores de escolas, reconhecemos e capacitamos excelentes professores locais para que eles ajudem a mudar a realidade daquele lugar”, afirmou Rowe.

Para que tal treinamento possa ocorrer, o OLE firma uma parceria com uma entidade reconhecida pelo governo local e que já realize trabalhos naquele território. Serão eles os responsáveis por fazer a articulação entre a equipe do OLE e as escolas para desenvolver respostas locais para problemas locais. Apesar das ações se basearem em um kit, as propostas desenvolvidas não são padronizadas. Podem ocorrer adaptações no currículo para atender a uma demanda da região ou até distribuição de equipamentos eletrônicos em localidades distantes.

Bibliotecas virtuais

Em Gana, por exemplo, uma doação de 100 Nooks (leitores digitais) feita pela Barne’s & Nobles permitiu que alunos do ensino básico da pequena cidade de Amasaman tivessem acesso facilitado à biblioteca virtual montada pela organização para a região.

A organização de bibliotecas virtuais, inclusive, é estimulada pelo OLE. Segundo Rowe, esse espaço é um instrumento barato e que pode ficar disponível não apenas para as escolas envolvidas com o projeto, que muitas vezes ficam em áreas remotas, mas para toda a comunidade. O material que compõe a biblioteca é reunido a partir dos parâmetros curriculares e educacionais exigido pelo governo local e é disponibilizado para consulta on-line, para pessoas em qualquer lugar do mundo, e off-line, para quem está perto e não tem acesso à internet.

Tudo o que é produzido e disponibilizado pelo programa é grátis e aberto – pode ser usado livremente, inteiro ou em partes, adaptado e mesclado com outros materiais para a criação de novos conteúdos. Os países que participam do programa são incentivados a consultarem o que seus pares têm feito. “Nós formamos uma comunidade global. Dividimos experiências, sucessos e fracassos. Isso nos faz andar muito rapidamente atrás de nossa meta”, afirma Rowe.

Em Ruanda, cita o presidente da instituição, o OLE também ajudou na implementação da biblioteca virtual. A base do material veio da África do Sul, mas como os recursos são abertos, foi possível adaptar o conteúdo para as necessidades do país que, ainda sob influência do genocídio de 1994, tem hoje metade da população com 18 anos ou menos. Além da biblioteca virtual, o OLE ajudou a desenvolver, para os alunos ruandenses, um jogo que ensina o inglês como segunda língua, o que acabou despertando o interesse pela leitura.

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