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publicado dia 22 de agosto de 2012

Projeto educativo incentiva jovens a mapearem suas comunidades

Todas as informações são reunidas em fliperamas em seis Unidades Básicas de Saúde, em São Paulo.

Luana Medeiros da Silva tem 16 anos, cursa o 1º ano do Ensino Médio e mora na Brasilândia, bairro periférico da zona norte de São Paulo. Semanalmente ela se encontra com um grupo de amigos para sair pelas ruas do bairro portando um bloco de notas, máquina fotográfica e câmera, identificando e registrando os principais espaços do território.

Nessas saídas, além de ter conhecido melhor o lugar onde vive, ela descobriu sua grande paixão: a fotografia. “Aprendi a focar, a não tirar foto tremida e a prestar mais atenção no que as pessoas falam”, relata. “Vou querer fazer faculdade de jornalismo e trabalhar com isso”, complementa.

A adolescente é uma das 72 participantes do Projeto Fliperama, desenvolvido em seis Unidades Básicas de Saúde (UBS) de São Paulo: Jardim Independência, Jardim São Marcos e Jardim São Luiz em Embu das Artes; D. Pedro I, em São José dos Campos; Vila Terezinha e Sylmaria. Em cada uma delas, 12 jovens orientados por um educador mapeiam a comunidade em que vivem e discutem as principais questões que surgem dessa pesquisa de campo.

Vídeos, textos, fotos e ilustrações são reunidos em um mapa virtual que pode ser consultado nos terminais, que são na verdade computadores disfarçados e adaptados sob carcaças de antigos jogos de fliperama, instalados nas UBSs da região. Conectadas diretamente ao site do projeto, as máquinas são atualizadas com os conteúdos produzidos pelos jovens, à medida que novas incursões são feitas nas comunidades.

Plataforma alimentada pelo mapeamento realizado pelos jovens.

Segundo o coordenador geral do projeto, Téo de Araújo, o Projeto Fliperama nasce do entendimento de que a promoção da saúde está diretamente ligada à relação que cada um tem com o local onde vive e da percepção de que muitos moradores não conhecem o próprio território.

“Começamos a pensar em como poderíamos ampliar essa interação dos jovens com o bairro, para que eles possam conhecer as oportunidades já apresentadas ou ter noção do que estão faltando”, explica.

Cada unidade trabalha com uma temática diferente, explica o educador e coordenador do projeto da UBS da Vila Terezinha, na Brasilândia, Tommy Pietra. No seu grupo, o tema escolhido foi moradia, portanto, toda a produção teve o olhar voltado para as casas da comunidade e a maioria das discussões nos encontros girou em torno do assunto.

Nas outras unidades, foram escolhidos temas ligados à periferia, amor, diversidade sexual, memórias pessoais e teatro.  Tommy afirma que um dos objetivos da iniciativa é trabalhar a educação também fora da escola. “Queremos construir cultura local, fortalecendo os laços desses jovens com o lugar onde eles vivem, para que assim eles possam transformá-lo”, ressalta.

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