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Por Vagner de Alencar, do Porvir

Na mitologia grega, Quíron é um centauro renegado pelos pais e adotado por Apolo, o Deus do Sol, que ensina ao filho seus conhecimentos, tornando o centauro em verdadeiro treinador de heróis. A história mitológica serviu como inspiração para a criação da Escola Quíron, projeto-piloto idealizado por dois jovens curitibanos, que pretendem ensinar empreendedorismo e inovação a 100 estudantes de ensino médio de três colégios públicos de Curitiba, no Paraná. Assim como no mito, a ideia do projeto é formar jovens capazes de usar seus conhecimentos para transformar a realidade de onde vivem. Para dar vida à iniciativa, a escola de empreendedorismo está arrecadando recursos pelo coletivo de financiamento Catarse.

Pela proposta, as aulas gratuitas acontecerão duas vezes por semana durante um semestre nas próprias escolas – que ainda serão escolhidas –, a partir do segundo semestre deste ano, sempre no contraturno. Nessas ocasiões, serão trabalhados conceitos como autoconhecimento, planejamento, brainstorming e negócios sociais. “A ideia é formar jovens líderes. Mas, antes disso, esses estudantes precisam conhecer melhor a si mesmos, o ambiente onde vivem, para que consigam identificar quais são seus sonhos e como desenvolvê-los de modo criativo”, afirma o repórter fotográfico Daniell Dipp, 23, um dos fundadores da Escola Quíron.

Para tanto, os alunos passarão por uma formação conceitual com base no dinamismo, na criatividade e no trabalho em equipe a partir de uma metodologia de ensino focada em quatro eixos: 1) Ser, que pretende estimular e identificar as potencialidades dos alunos; 2) Social, que visa discutir aspectos como o ambiente em que vivem, a comunidade e a sociedade em geral; 3) Inovação, com foco no desenvolvimento da criatividade para a solução dos problemas; e 4) Empreender, em que serão trabalhados conceitos de empreendedorismo, finanças e gestão de projetos.

“Esses quatro pilares serão fundamentais para ajudar a empoderar os jovens, que poderão se sentir mais confiantes para partir à ação, transformem suas realidades e ajudem a minimizar as desigualdades sociais existentes na cidade”, diz Dipp, que ambiciona no futuro vender a metodologia às escolas e capacitar os professores para desenvolver os conceitos de empreendedorismo e inovação em suas aulas.

Ao final do curso, para atrelar teoria e prática, os estudantes desenvolverão um projeto prático no bairro, como se fosse um TCC (trabalho de conclusão de curso). Por exemplo, um jovem que gosta de agricultura e que tenha um pai jardineiro pode criar uma horta comunitária. Enquanto aquele apaixonado por artes cênicas pode organizar apresentações teatrais nos fins de semana. Já os envolvidos com pintura podem montar uma exposição de grafite no bairro.

Até formatarem essa ideia, Dipp e Fernando Granato viveram muitas experiências ligadas a empreendedorismo. Os dois se conheceram no Choice, programa criado pela Artemisia para estimular jovens empreendedores a criar negócios sociais. Agora, para dar levar adiante o próprio negócio, a dupla quer arrecadar R$ 6.000 pelo Catarse. O dinheiro ajudará com os custos com a impressão de 100 apostilas e outros materiais gráficos, deslocamento para as escolas ao longo do projeto e a compra de um projetor. “A educação é arma mais importante para mudar o mundo”, diz em referência à frase de Nelson Mandela. “Esse conceito nos motivou a sair do campo das ideias”, finaliza.

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