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publicado dia 1 de março de 2013

Alunos da UnB entregam à reitoria reivindicações no combate à homofobia

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Informações com UnB Agência

O documento foi elaborado em assembleia, com a participação de professores, estudantes e funcionários.

Estudantes da Universidade de Brasília marcharam até a Reitoria na terça (26)  para entregar uma pauta com 24 reivindicações no combate ao preconceito de gênero, raça, classe e orientação sexual. O documento foi elaborado em assembleia realizada na última sexta-feira (22), que contou também com a presença de professores e técnicos. A mobilização foi desencadeada pelo caso da agressão a uma estudante de Agronomia, ocorrida no estacionamento do ICC sul no dia 18 de fevereiro.

“O ato foi feito para que a reitoria saiba que as reuniões estão acontecendo com frequência e que os homossexuais e todos os outros oprimidos estão se posicionando contra as agressões”, disse Luth Laporta, aluno do 3º semestre de Serviço Social . Ele e outros alunos se reuniram no Ceubinho por volta de 12h, seguiram até o UDFinho, onde fizeram um jogral em frente à Faculdade de Agronomia, e se encaminharam para a Reitoria gritando palavras de ordem contra o preconceito e a omissão das autoridades.

No auditório solicitaram participação na reunião da assembleia da Câmara de Assuntos Comunitários (CAC), presidida pela decana de Assuntos Comunitários, Denise Bontempo. No local, discutiram um a um os 24 pontos reivindicados. Entre os principais pontos estão os pedidos de “sindicância e punição a todos os opressores”, retirada da Polícia Militar do campus e melhorias na iluminação.

Em resposta aos estudantes, a decana anunciou um possível prazo para início das atividades da Diretoria de Diversidade, anunciada na última sexta. “Gostaria de estar com ela em funcionamento em abril. Já foram contactados o Centro de Planejamento e as unidades que poderão ceder técnicos para esse trabalho, como as psicólogas do Hospital Universitário de Brasília que manifestaram interesse na atividade”, disse.

Denise explicou, no entanto, que a implementação dos serviços da Diretoria deve ser gradual. “Mesmo que não de forma plena, queremos dar essa resposta em um mês, com o disque-denúncia e o primeiro atendimento. Depois organizaremos ações de prevenção e educativas”, afirmou.

Os manifestantes ressaltaram a necessidade de preparo dos servidores que irão atuar na Diretoria, e também em outras áreas do campus. “Precisa haver pessoas especializadas, conscientes da questão. Há funcionários que tentam parar as mobilizações, por exemplo”, explicou Luti.

Outros pedidos dos alunos são que a reitoria distribua cartilhas de combate à homofobia na recepção aos calouros, apoie pesquisas nesse campo, implemente a cirurgia de redesignação sexual no HUB e fortaleça a segurança com mais iluminação e câmeras. Segundo a decana, os encaminhamentos desses assuntos já estão em curso. O prefeito do campus, Marco Aurélio Gonçalves, complementou explicando que 29 das 30 câmeras da Universidade estão em funcionamento. Ele também fez um pedido para que os estudantes relatem à Prefeitura os pontos onde se sentem mais inseguros. Assim, poderia haver um direcionamento melhor da equipe de segurança.

Agressão

A mobilização estudantil ocorre depois do caso envolvendo a estudante do 5º semestre de Agronomia, agredida e insultada com termos homofóbicos no estacionamento do ICC, no campus Darcy Ribeiro, na última segunda-feira, 18 de fevereiro. Na segunda-feira (25), a polícia divulgou retrato falado do suspeito.

Segundo ocorrência registrada pela própria aluna na 2ª Delegacia de Polícia, ela teria sido atacada no final da tarde, quando se dirigia ao seu veículo, após aula. A estudante teria sido empurrada, chutada e chamada de “lésbica nojenta”. Acompanhada pela família e ainda abalada com o ocorrido, a aluna esteve presente à reunião e recebeu a solidariedade dos colegas.

“O que mais nos assusta é que sempre me preocupo quando ela sai à noite, vai a boates ou a festas. Mas nunca imaginei que seria vítima de um ato de ignorância como este na Universidade, em plena luz do dia”, disse a mãe da aluna agredida. Ela explicou que a estudante de Agronomia dirigiu sozinha até em casa, quando um funcionário da família a avisou do ocorrido. “Ficamos muito assustados e nesta semana estou por conta dela, inteiramente”, contou.

Ainda assustada, a estudante explicou que vai aproveitar o período das férias para descansar. “Os professores e a Reitoria foram muito compreensivos. Como tenho boas notas e poucas faltas, a administração aceitou fechar meu semestre, que já estava no final mesmo”, disse.

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