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publicado dia 1 de abril de 2013

Unesco sugere novo plano de financiamento para a educação

Para a UNESCO, o redirecionamento dos fundos já existentes poderiam cobrir quase um oitavo das necessidades de investimento na educação básica.

Por Camila Caringe

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) lançou em março dados parciais do “Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos”, que revelam que um quarto dos fundos destinados à educação nunca deixa os países de origem. Isso porque os recursos são revertidos em bolsas para que alunos de regiões pobres estudem nos países doares.

Segundo o levantamento, 3 bilhões de dólares por ano poderiam ser usados para promover os estudos de 132 milhões de crianças e adolescentes em países menos favorecidos. Além disso, o documento aponta que, desde 2010, aumenta a lacuna no financiamento da educação básica, totalizando a necessidade de 26 bilhões de dólares por ano. Se considerados os nove anos de ensino fundamental, esse déficit sobe para 38 bilhões de dólares.

A Unesco afirma que, com o redirecionamento dessa verba, os fundos já existentes poderiam cobrir quase um oitavo dessa lacuna. “Recomendamos que 50% das contribuições de países mais desenvolvidos sejam destinados ao ensino básico. Só assim conseguiremos avançar”, avalia a coordenadora de educação da UNESCO no Brasil, Rebeca Otero.

No Fórum Social Mundial em Dakar (Senegal), em 2000, 164 países se comprometeram a alcançar seis metas relacionadas à educação até 2015. Rebeca ressalta que, durante esse período, o Brasil avançou em suas políticas, mas não conseguiu cumprir os objetivos. “Caminhamos muito na questão da equidade, por exemplo, mas na qualidade, precisamos melhorar. E o problema é o déficit no financiamento.”

Pelo menos 20% da ajuda dos quatro maiores doadores para a educação – Japão, Canadá, Alemanha e França – são utilizados para custear estudantes estrangeiros. Para cada aluno de uma universidade em um país desenvolvido, centenas de estudantes poderiam receber educação básica em países pobres. Uma única bolsa de estudos para um jovem nepalês estudar no Japão, por exemplo, poderia custear 229 alunos do ensino secundário no Nepal.

[stextbox id=”custom” caption=”Fora da escola” float=”true” align=”right” width=”250″]O relatório estima que 61 milhões de crianças em idade escolar primária estão fora da escola. Destas, 53% são meninas.[/stextbox]

Entre os signatários do documento de Dakar, 23 países se comprometeram a destinar 0,7% de seu Produto Interno Bruto (PIB) para a educação, mas nem todos estão cumprindo. Além dos compromissos já firmados, a pesquisa sugere a ampliação das fontes de financiamento, com mais colaboração do setor privado e investimentos do grupo de colaboração Brics (Brasil, Rússia, Índia e China e África do Sul).

Os governos reconheceram que, para acompanhar a execução das metas, seria necessário um monitoramento regular e o “Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos” cumpre esse papel. De acordo com Rebeca Otero, o relatório completo deverá ser lançado ainda no primeiro semestre de 2013.

Os informes disponíveis estão no site da Unesco.

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