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publicado dia 21 de junho de 2013

Movimentos sociais lançam carta a Dilma

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Com informações do Brasil de Fato

Diversos movimentos sociais, entre eles o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a União Nacional dos Estudantes (UNE) lançaram hoje uma carta à presidenta Dilma. O documento trata das manifestações que tomaram as cidades do país e pede uma reunião nacional com os governos “para enfrentar a grave crise urbana que atinge nossas grandes cidades”.

As entidades que assinam a carta se dizem contra a política de desoneração de impostos das empresas de transporte e reivindicam políticas que garantam a redução das passagens. Desde o início do mês, o Movimento Passe Livre (MPL) tem convocado manifestantes às ruas para reivindicar a redução das tarifas de ônibus em várias capitais do Brasil.

Nas duas últimas semanas, após violenta repressão policial, milhares de pessoas passaram a integrar os protestos. De acordo com os movimentos sociais, esse processo de mobilização ajuda a “educar” os participantes. “O momento é propício para que o governo faça avançar as pautas democráticas e populares, e estimule a participação e a politização da sociedade”, aponta o texto.

Leia abaixo a carta na íntegra.

Movimentos sociais,

O Brasil presenciou nesta semana mobilizações que ocorreram em 15 capitais e centenas de cidades.

Concordamos com suas declarações que afirmam a importância para a democracia brasileira dessas mobilizações, cientes que as mudanças necessárias ao país passarão pela mobilização popular.

Mais que um fenômeno conjuntural, as recentes mobilizações demonstram a gradativa retomada da capacidade de luta popular. É essa resistência popular que possibilitou os resultados eleitorais de 2002, 2006 e 2010. Nosso povo, insatisfeito com as medidas neoliberais, votou a favor de um outro projeto. Para sua implementação, esse outro projeto enfrentou grande resistência principalmente do capital rentista e setores neoliberais que seguem com muita força na sociedade.

Mas enfrentou também os limites impostos pelos aliados de última hora, uma burguesia interna que na disputa das políticas de governo impede a realização das reformas estruturais como é o caso da reforma urbana e do transporte público.

A crise internacional tem bloqueado o crescimento e, com ele, a continuidade do projeto que permitiu essa grande frente que até o momento sustentou o governo.

As recentes mobilizações são protagonizadas por um amplo leque da juventude que participa pela primeira vez de mobilizações. Esse processo educa aos participantes permitindo-lhes perceber a necessidade de enfrentar aos que impedem que o Brasil avance no processo de democratização da riqueza, do acesso à saúde, à educação, à terra, à cultura, à participação política e aos meios de comunicação.

Setores conservadores da sociedade buscam disputar o sentido dessas manifestações. Os meios de comunicação buscam caracterizar o movimento como anti-Dilma, contra a corrupção dos políticos, contra a gastança pública e outras pautas que imponham o retorno do neoliberalismo. Acreditamos que as pautas são muitas, como também são as opiniões e visões de mundo presentes na sociedade.

Trata-se, no entanto, de um grito de indignação de um povo historicamente excluído da vida política nacional e acostumado a enxergar a política como algo danoso à sociedade.

Diante do exposto nos dirigimos a V. Ex.a para manifestar nosso pleito:

Em defesa de políticas que garantam a redução das passagens do transporte público com redução dos lucros das grandes empresas. Somos contra a política de desoneração de impostos dessas empresas.

O momento é propício para que o governo faça avançar as pautas democráticas e populares, e estimule a participação e a politização da sociedade. Nos comprometemos em promover todo tipo de debates  em torno desses temas e nos colocamos à disposição para debater também com o Poder Público.

Propomos a realização com urgência de uma reunião nacional, que  envolva os governos estaduais, os prefeitos das principais capitais,  e os representantes de todos os movimentos sociais.

De nossa parte, estamos abertos ao diálogo, e achamos que essa reunião é a única forma de encontrar saídas  para enfrentar a grave crise urbana que atinge nossas grandes cidades. O momento é favorável. São as maiores manifestações que a atual geração vivenciou e outras maiores virão. Esperamos que o atual governo escolha governar com o povo e não contra ele.

Assinam:

ADERE – Associação dos Trabalhadores Assalariados Rurais  de MG

Assembleia Popular

Jornalistas do Barão de Itararé

CIMI – Conselho Indigenista Missionário

CMP – Central de Movimentos Populares

MMC -Movimento de Mulheres Camponesas

CMS – Coordenação de Movimentos Sociais

Coletivo Intervozes pela Democratização dos Meios de Comunicação

CONEN – Coordenação Nacional das Entidades Negras

Consulta Popular

CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil

CUT – Central Única dos Trabalhadores

Fetraf – Federação dos agricultores familiares

FNDC – Forum Nacional pela Democratização da Mídia

FUP – Federação Única dos pPtroleiros

Juventude Koinonia (das igrejas cristãs tradicionais)

Levante Popular da Juventude

MAB – Movimento dosa tingidos pro barragens

MAM – Movimento Nacional pela Soberania Popular frente a Mineração

MCP – Movimento Camponês Popular, de Goiás

MMM – Marcha Mundial de Mulheres

Movimentos da Via Campesina

MPA-  Movimento dos Pequenos Agricultores

MST- Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

SENGE/PR- Sindicato dos Engenheiros do Paraná

Sindipetro – Sindicato Petroleiros de São Paulo

SINPAF- Sindicato dos Trabalhadores e Pesquisadores da EMBRAPA e Codevasf

UBES- União brasileira de estudantes secundaristas

UBM – União Brasileira da Mulher

UJS –  União da Juventude socialista

UNE –  União Nacional dos Estudantes

UNEGRO – União Nacional do Negro

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