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publicado dia 25 de julho de 2013

SBPC Mirim é criada para aproximar crianças da ciência

Em julho de 2013, acontece pela primeira vez a SBPC Mirim, um espaço de encontro paralelo à reunião anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) que tem a intenção de espalhar o gosto pelo conhecimento científico entre as crianças.

O encontro da sociedade, que chega a sua 65ª edição (já ocorre desde 1948), traz este ano o tema Ciência para um novo Brasil. Desde o último domingo (21/7) até esta sexta-feira (26/7), estudantes, professores e cientistas estarão reunidos na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife, para debates e apresentações em conferências, mesas-redondas, simpósios, minicursos e assembleias. O evento pretende valorizar a produção científica brasileira e encontrar maneiras de inseri-la no cotidiano dos cidadãos.

Como destacou a presidente da SBPC, Helena Nader, em seu discurso de abertura da reunião, o Brasil é responsável por 2,7% da produção científica mundial, porém ocupa apenas a 58ª colocação entre os países mais inovadores do mundo. Segundo o coordenador da SBPC Mirim, Antonio Carlos Pavão, a versão do encontro para crianças foi criada com o objetivo de estimular a formação não apenas de novos cientistas, mas também de cidadãos. “Queremos pessoas aptas a responder aos questionamentos que o século 21 nos coloca. Para isso, elas têm que conhecer, compreender e dominar conceitos de ciência e tecnologia”, afirma.

Em documento publicado em 2005 e intitulado Ensino de Ciências: o futuro em risco, a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) declara que “o presente e o futuro econômico e social do país dependem diretamente de como os governantes investirem em educação agora e nos próximos anos. O conhecimento é o maior recurso e, com ele, o desenvolvimento científico e tecnológico, que leva uma nação a se inserir com sucesso no mundo contemporâneo e possibilita o desenvolvimento humano sustentável”.

Crianças curiosas

De acordo com Pavão, a SBPC Mirim surgiu devido ao aumento da quantidade de crianças que participaram das outras edições do evento anual. “Nós percebemos que o público infantil aparecia através de famílias e escolas, que levavam seus alunos para assistir ao evento”, observou o coordenador do encontro mirim, que tem programação baseada em atividades lúdicas, como oficinas, apresentações culturais, jogos, contação de histórias e salas temáticas. Além disso, as crianças podem visitar o Circo da Ciência, uma mostra de trabalhos e exposições de cerca de 20 museus de Ciências de todo o Brasil.

Outro evento que ocorre simultaneamente é a SBPC Jovem, dedicada aos estudantes dos ensinos fundamental e médio. Nele, uma feira de ciências contará com a exposição de 50 trabalhos científicos enviados por alunos e professores.

Para Pavão, a curiosidade infantil pode ser vista como um facilitador na aproximação da criança com a ciência. “Elas têm perguntas, respostas e hipóteses para tudo e, muito mais que os adultos, são abertas à argumentação – desde que tenha uma lógica, pois crianças também não se deixam enganar. São as características básicas de um cientista. A gente quer estimular isso”, reflete o coordenador.

Democratizar a ciência

Ainda segundo o documento da Unesco, “numa sociedade tecnificada é preciso que todos tenham acesso ao conhecimento. Esta situação nos conduz à urgência de democratizar as ciências desde o início da escolarização, para que todos tenham as mesmas possibilidades no mundo da cultura científica”.

Por outro lado, a última edição do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), uma prova que avalia as capacidades de jovens de 15 anos em leitura, matemática e ciências, evidencia que a educação brasileira deixa a desejar quando comparada com outros países. No ranking que se refere à ciência, o Brasil alcançou o 53º lugar entre 65 países – obteve 405 pontos, ante 554 da líder Finlândia. O teste foi realizado em 2010.

Como observa o coordenador da SBPC Mirim, a solução para a deficiência no ensino científico brasileiro não passa apenas pela democratização da ciência, mas também pela formação dos professores. “O conceito de ensinar ciências deve ser modificado. Não se deve mais trabalhar com a informação em si, e sim com a questão metodológica, utilizando os procedimentos usuais de um pesquisador. Isso facilitaria a vida do professor e tornaria o ensino de ciências muito mais atraente”, afirma.

Ele também garante que a ciência não pode estar desvinculada do cotidiano do cidadão. “Muito pelo contrário. Ela está sempre presente e pode modificar as questões sociais. Precisamos colocar a ciência em seu devido lugar: a serviço do bem social. Pois a ciência, em si, é revolucionária”.

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