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publicado dia 31 de janeiro de 2014

Em Brasília, creche e calçadão viram motivo de protesto

Nessa semana, a cidade de Brasília se viu em torno de duas polêmicas que vão muito além das intrigas políticas existentes na capital federal. Tudo por conta do uso do espaço público. Na Asa Norte, a Associação dos Proprietários e Moradores da Orla do Lago Norte quer proibir a circulação e a realização de eventos num calçadão. Na Asa Sul, moradores se colocaram contra a construção de uma creche.

Na questão da Asa Norte, os coletivos Picnik, Nós no Quadrado e Balaio Café fizeram uma resposta ao abaixo-assinado produzido pela Associação e lançaram um manifesto contra a cerca, contra a proibição e, principalmente, a favor da democratização da orla do Lago.

A petição pública, que pode ser assinada aqui, é resultado de um debate promovido em Brasília na última terça-feira (28/1) sobre o uso de espaços públicos por eventos culturais. Clique aqui para ler o texto “Atenção, moradores de Brasília: o espaço público é público”.

Creche não?

Na Asas 204/205 Sul de Brasília, considerada uma área nobre da capital federal, a construção da primeira creche, das mais de 100 prometidas pelo governo há três anos, provocou uma mobilização contrária dos moradores do bairro, que afirmam que a área verde é destinada ao lazer e que não foram consultados. A comoção também fez com que outros habitantes de Brasília se organizassem, desta vez, à favor da creche.

Há um ato marcado para este sábado, às 15h, na quadra em questão. Os organizadores do evento caracterizam a oposição à creche como “elitista e preconceituosa”, já que a nova instituição deve atender os filhos dos trabalhadores da região. Segundo eles, “Brasília necessita de espaços públicos para que as mães trabalhadoras possam ter a segurança de deixar seus filhos.”

Raízes do Brasil

O acesso à educação é considerado por especialistas uma estratégia eficaz para o combate ao trabalho infantil, uma vez que garante não apenas um espaço de permanência, mas oferece formação e amplia oportunidades. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que 100% do trabalho infantil doméstico no Distrito Federal é feito por meninas negras.

Em declaração para a Agência Pulsar, a advogada Luana Natielle, do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), afirmou que os dados sobre trabalho infantil representam “um legado cultural escravocrata, machista e patriarcal”. Para ela, as filhas de domésticas muitas vezes acabam por “herdar” o trabalho da mãe.

Nos últimos anos, a falta de creches se tornou um problema nacional. Estima-se que faltem 8 milhões de vagas em centro de educação infantil públicos em todo o país.

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