Do VilaMundo

Uma manhã de sábado ensolarada se desenrola na Praça Conde de Barcelos, no Alto de Pinheiros. Crianças brincam, moradores correm e cachorros também. Numa das pontas da praça, no entanto, um casal é o ponto central de uma grande roda de amigos, familiares e madrinhas e padrinhos chorosos.

Eles trocam votos, alianças e arrancam lágrimas, risadas e olhares ternos. E foi assim que se casaram a jornalista Ana Maria Straube e Rodrigo Salgado. No convite, ressaltavam o caráter informal e ideia de sair do padrões e buscar uma ocupação distinta de um espaço comum.

“Casar na praça tem a ver com acreditar na ocupação do espaço público de forma democrática. Fizemos uma cerimônia aberta a amigos e todos que quisessem acompanhar esse momento tão especial da nossa vida”, conta Daniel Santini, que também realizou seu casório numa praça, a das Corujas, na Vila Madalena.

“Não queríamos nada tradicional: igreja, festa, bufê. Marcamos um mês antes nessa praça, que é perto de casa e a gente gosta muito de passear por ela”, rememora Paula Aftimus, que casou com Santini.

Entre mensagens de celular, redes sociais e um “avisa aí a galera”, eles conseguiram um padre, passaram antes num cartório, e foram jurar seu amor no paço público.

“O clima estava alegre, aberto. Ainda bem, porque não tínhamos plano B. Se chovesse, ia ser no guarda-chuva. O padre organizou um coral, os padrinhos fizeram votos, umas amigas levaram isopor com champagne, outras cupcakes. Foi bem num esquema colaborativo”, lembra Paula.

“O espaço público pode ser usado de várias maneiras: por que não casamento, aniversário e batizado? Não sei por que essas cerimonias tem que estar associadas a instituições religiosas ou espaços de luxo” encerra Paula.