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publicado dia 22 de agosto de 2014

Após ocupar praças, espanhóis tentam transformar cidade em escola

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“Muita gente se aproxima do “Ciudad Escuela”, interessada pela ideia de que a cidade pode ser um espaço educativo”, diz Alberto Nanclares, do coletivo Basurama, uma das muitas organizações envolvidas na criação e manutenção da plataforma Ciudad Escuela, em Madri, na Espanha, uma “pedagogia urbana open source” baseada no “descobrir”, “aprender” e no “fazer”.

“A explosão do 15-M e dos indignados (movimento político que varreu o país e tomou milhares de praças em maio de 2011) foi muito importante em nível político e urbano: passamos a discutir o que era o direito à cidade, democracia urbana. Aí tentamos descobrir como transformar esse conhecimento em uma carta de poder, que apontasse para novas formas de ‘fazer cidade’, continua Nanclares.

O ciudad escuela propõe cinco intinerários pedagógicos

Infraestruturas: Como seria uma cidade cujo código (suas especificações técnicas, desenhos, sistemas de produção e participação) fosse aberto?

Códigos e linguagens: articulação de ambientes virtuais e presenciais, entendendo-os como complementares e indissociáveis.

Deslocamentos: Sair das praças, como local de organização prioritário, para pensar em novos lugares para a política e educação urbana.

Urbanismo Beta: Pensar a cidade como um laboratório permanente de alquimias sociais diversas, com novos arranjos em permanente mutação.

Interfaces: Telas, muros, superfícies: a cidade se inventa de acordo com sua paisagem.

Animados com “um tempo emocionante de ver e fazer a cidade de outra maneira”, os coletivos Prototyping, Basurama,  Zuloark, ao lado do arquiteto Domenico de Siena e o programador Alfonso Sánchez Uzábal, criaram a plataforma 15-Muebles, em parceria com a Fundação Mozilla e com o Museu Nacional e Centro de Arte Rainha Sofia.

A primeira ação da “máquina” de remobília política, estética e afetiva do espaço urbano, foi lançar o Ciudad Escuela, “uma pedagogia na qual é possível tornar vísível os recursos, aprendizagens e saberes que multidões de pessoas e comunidades liberam na construção de uma cidade melhor”.

Segundo Nanclares, a iniciativa tem funcionado como uma “máquina de liberar e fabricar conhecimento e não como uma maneira de aglutinar poder”. Isso, para ele, é algo que não representa uma escola, mas um organismo capaz de propor atividades e protótipos de saber.

O sistema é ancorado nos OpenBadges, da Fundação Mozilla, que oferecem aos usuários cadastrados a possibilidade de propor e participar de atividades, formas de compartilhar seus feitos e conectar-se com outros estudantes e professores, como acontece no projeto Chicago Summer of Learning, já retratado pelo Portal Aprendiz.

O projeto tem realizado cineclubes, oficinas de recuperação e gestão de locais públicos, atividades artísticas urbanas, além de seminários e se mantém permanentemente aberto para que novas modalidades surjam de forma espontânea.

badges

“Esperamos que a cidade seja uma maneira de ensinar. Que cada um em sua casa, idosos, jovens, pensem em práticas de liberar o conhecimento, como uma criança que ensina seus jogos aos seus vizinhos”, pondera Alberto, que se mostra entusiasmado com o andamento do Ciudad Escuela.

“O que o 15-M mostrou, com as ocupações de praça, é que muitas vezes os focos de aprendizagem estão onde menos se espera. Para uma assembleia acontecer, é necessário aprender a mediar. Para um acampamento ser bem sucedido, é preciso saber cozinhar. E assim as pessoas vão trocando, aprendendo, costurando saberes”, finaliza.

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