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publicado dia 14 de novembro de 2014

Participação da família é fundamental para garantir o desenvolvimento da criança

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Nas últimas décadas, a família deixou de ser vista apenas como uma testemunha do desenvolvimento das crianças e passou a assumir um papel central nas políticas voltadas para meninos e meninas. Reconhecer que os estímulos recebidos na primeira infância impactam por toda a vida, que as crianças são capazes de se expressar, interagir e brincar – sendo agentes ativos do seu desenvolvimento – e, principalmente, que não aprendem somente quando estão na escola, foram alguns dos fatores que impulsionaram essa nova visão. Uma ruptura que se deu não apenas na academia, mas na forma como os programas governamentais encaram a participação de mães e pais na formação dos pequenos.

A doutora norte-americana em políticas sociais, Joan Lombardi, acredita que será cada vez mais comum a existência de ações em busca do desenvolvimento infantil focadas em estabelecer confiança e assegurar o bem-estar das famílias. “E, nesse caso, acertar não é ter pais envolvidos com os programas, mas tê-los envolvidos com seus filhos”, afirmou na manhã desta quinta-feira (13/11) para o público presente no IV Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância, em São Paulo.

Ao lado da consultora de políticas voltadas para o fortalecimento econômico de famílias pobres, Nisha Patel, a pesquisadora citou programas de infância nos Estados Unidos desenhados para contemplar as necessidades dos adultos que compõem o núcleo parental. Mas fez uma ressalva: a dificuldade de engajamento dos homens acaba levando a maioria das ações a encontrar nas mulheres a chave para o sucesso. “Apesar de muitos programas serem feitos pensando no responsável pela criança: seja a mãe, o pai, a avó, o avô, tios, ainda é um grande desafio envolver os homens”, avaliou Joan.

Um dos exemplos mais significativos, segundo Nisha, é o Jeremiah Program, em Minneapolis (Estados Unidos). Criado para reverter o quadro de pobreza de mães solteiras em idade universitária, o Jeremiah Program permite que as jovens morem com seus filhos em uma residência estudantil dentro do campus. Para assegurar educação infantil de qualidade, uma creche montessoriana, instalada no mesmo edifício, recebe as crianças de zero a cinco anos, enquanto as mães estudam e trabalham.

Além de garantir o direito à educação na vida adulta, os resultados revelaram que, ao término da graduação, 100% das participantes estavam empregadas em tempo integral, sendo que 86% haviam conseguido trabalho em sua área de estudo. Cerca de 57% ganhavam um salário de U$40 mil por ano e 71% sentiam que haviam alcançado independência econômica.

“O nível de educação dos pais é o melhor indicador de mobilidade econômica, por isso, investir nessas mães é investir no futuro das crianças”, afirmou Nisha, ressaltando que, de forma simultânea, o projeto converge demandas e oportunidades para mães e crianças, trabalhando duas gerações de uma só vez.

Simpósio

O IV Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância ocorreu entre os dias 12 e 13/11, no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo. Além do lançamento de pesquisas inéditas sobre o tema, o evento reuniu profissionais da saúde, educação, assistência social e psicologia de diversas partes do mundo para apresentar experiências e discutir os desafios a serem enfrentados na garantia do desenvolvimento integral de crianças de zero a cinco anos.

 

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