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publicado dia 19 de novembro de 2014

Por uma educação integral

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As eleições passaram, tudo continua andando em um sobe e desce bem Brasil, mas uma coisa me marcou nesta disputa presidencial: a importância da educação integral nas plataformas de governo apresentadas pelos principais candidatos. A pauta da educação tem crescido de forma visível nos últimos anos, fruto da ação consistente de vários agentes sociais. O apoio recebido para a ampliação de escolas de educação integral mostra um consenso suprapartidário,  com suporte de vários segmentos da sociedade.

Michel Metzger é educador e trabalha com crianças, jovens, professores e tecnologia. Atua como presidente do Conselho da Cidade Escola Aprendiz e, quando pode, se diverte ensinando e aprendendo com os netos.

Embora nunca tenha terminado meu curso de arquitetura, levo marcas especiais do pensar  arquitetônico. Aliás, o título deste artigo sai de um livro de Le Corbusier –  pioneiro da arquitetura moderna – “Por Uma Arquitetura”. Lá vemos a defesa de um novo modelo de arquitetura com menos ornamentos e mais funcionalidade, os rococós  históricos tinham perdido o sentido; a poesia  das formas passava a se expressar de uma nova maneira.

No nosso caso, falando de educação, quais são os rococós que devemos abandonar e quais funcionalidades devemos implementar? Mais ainda, qual o foco da educação integral,  por que ela passa a ocupar um espaço privilegiado na educação brasileira?

O exemplo da arquitetura é emblemático, pois o momento que Le Corbusier escreveu “Por Uma Arquitetura” era de mudança de paradigma; o modelo antigo ainda funcionava mas não atendia mais às necessidades sociais da época.  

Portanto, em um momento de virada da educação, não podemos entender a educação integral como uma mera extensão do modelo educacional atual. Mais horas do mesmo modelo tradicional vai causar um impacto bastante limitado. Melhor, vai responder a questões que a sociedade aos poucos deixa de perguntar.

A expansão de experiências educacionais dentro e fora da escola tem permitido um contínuo de aprendizagens para nossas crianças e jovens. Isto pode ser observado, paradoxalmente e de forma corriqueira, em determinados segmentos sociais nos quais são ofertados inúmeras possibilidades de pós-escola, viagens e cursos no exterior. Em contraponto, também surgem iniciativas como o Catraca Livre, divulgando atividades de cultura e educação para um universo jovem maior.

A educação integral não pode se reduzir apenas a ampliar o tempo da educação atual ou simplesmente aumentar a oferta de eventos culturais e educativos. Precisamos transformar este cenário fragmentado em uma narrativa de aprendizagem coerente para nossos jovens e suas famílias. Isto exige mudanças. A criação de mecanismos para que isso aconteça tem sido um dos maiores desafios do Aprendiz, desde sua fundação como Projeto Aprendiz, passando a uma visão mais complexa como Cidade Escola Aprendiz, depois com o conceito de Bairro-escola e, finalmente, com a visão de territórios.

O custo social de não conseguirmos sistematizar as possibilidades de aprender na cidade – dentro e fora da escola – é muito alto.  É o que fala Katherine Prince (texto em inglês – mas vale a pena ler!) da fundação KnowledgeWorks, quando tenta descrever dois cenários plausíveis para o futuro da educação: uma paisagem fraturada (e de exclusão) ou uma rede (inclusiva) vibrante de aprendizagem. Em suas palavras: “O futuro da educação não será justo a menos que a gente decida que ele precisa ser”.

 

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