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publicado dia 13 de janeiro de 2016

“Eu tinha um professor que” questiona assédio dentro da escola

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Em 2015, uma pesquisa realizada pela pela Énois | Inteligência Jovem, em parceria com os institutos Vladimir Herzog e Patrícia Galvão, constatou que 77% das meninas brasileiras acreditam que o machismo impacta seu aprendizado. São diversas formas de violência que impregnam o cotidiano dessas garotas e atrapalham seu desenvolvimento.

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O mesmo estudo apontou que 77% das meninas brasileiras já sofreu assédio sexual, sendo que 1% destes ataques foram perpetrados por um professor ou superior na escola – mesmo sabendo da subnotificação deste tipo de comportamento, se dermos escala a esses números, são centenas de garotas no país. Com isso em mente e no esteio do debate sobre violência e gênero que vem sendo travado nas redes sociais, a página “Eu tinha um professor que“, começa a dar um basta neste tipo de violação.

Desde outubro de 2015, a iniciativa coleta relatos anônimos de estudantes sobre abusos sofridos dentro da sala de aula e do espaço escolar. A dinâmica é simples: através de mensagens na página ou do preenchimento de um formulário, meninas e mulheres que sofreram assédios podem publicar relatos de forma anônima. As histórias posteriormente são transformadas em posts e em imagens.

“Podemos afirmar que a maioria das meninas já passou ou viu alguma amiga passar por situações de constrangimento, desde comentários sobre seus corpos em desenvolvimento às perseguições constantes. A página tem como intuito divulgar diversos depoimentos para que possamos combater e mostrar como esses casos são recorrentes”, afirma a descrição da iniciativa, que ressalta que muitas vezes estudantes não denunciam os professores de colégios, cursinhos e faculdades por sentirem medo.

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Denúncias

Em seus poucos mais de três meses, a página já contabiliza centenas de relatos. São histórias de docentes fazendo piadinhas aparentemente “inocentes” ou xingando alunas, censurando vestidos, insinuando culpas e tocando no corpo das alunas de maneira inadequada. Em comum, aparece a velha noção de que o corpo das meninas não pertence a elas e que pode, e deve, estar à serviço dos desejos masculinos.

Além de casos de assédio, também abundam relatos escabrosos sobre aulas de orientação sexual ou comentários sexistas e homofóbicos de membros do corpo docente. Com cerca de 9 mil curtidas, a página tem conseguido levantar o debate sobre sexualidade e gênero na escola, mesmo que ele tenha sido barrado nos planos municipais e estaduais de educação.

Confira abaixo alguns relatos e acesse a página Eu tinha um professor que para seguir lendo:

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(Todas imagens retiradas da página do Facebook “Eu tinha um professor que”, cuja identidade visual foi feita por Karime Lucena)

 

 

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