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publicado dia 28 de agosto de 2017

Cidade Educadora demanda integração e territorialização dos ODS

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Como os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela ONU em 2015, podem ser aliados de uma Cidade Educadora e Sustentável? Para as participantes do “V Seminário Educação Ambiental: semeando a Cidade Educadora”, a chave é a integração e a territorialização da Agenda 2030. Longe de ser uma tarefa fácil, as debatedoras do seminário promovido pela Associação Cidade Escola Aprendiz e pela Universidade Aberta de Meio Ambiente e Cultura de Paz (UMAPAZ) enfatizaram a importância de uma perspectiva integradora, na qual a articulação e participação dos diferentes setores da sociedade assegura um olhar holístico para os desafios contemporâneos.

Agenda 2030

Acordados por mais de 150 países, os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU são metas que devem ser cumpridas por todas as nações do mundo em 15 anos. Eles agrupam-se em 17 grandes ODS:

1) Erradicação da pobreza
2) Fome zero e agricultura sustentável
3) Saúde e Bem-estar
4) Educação de Qualidade
5) Igualdade de Gênero
6) Água potável e saneamento
7) Energia limpa e acessível
8) Trabalho decente e crescimento econômico
9) Indústria, inovação e infraestrutura
10) Redução das desigualdades
11) Cidades e comunidades sustentáveis
12) Consumo e produção responsáveis
13) Ação contra a mudança global do clima
14) Vida na água
15) Vida terrestre
16) Paz, justiça e instituições eficazes
17) Parcerias e meios de implementação

“Nós aprendemos ao curso da história a pensar de maneira fragmentada, separando e nos aprofundando. A partir disso, vemos a vida como um espelho partido em muitos pedaços, e não como uma teia em que tudo se interliga”, pontuou Rose Inojosa, comunicóloga e ex-diretora da UMAPAZ.

Rose acredita, entretanto, que essa noção vem sendo resgatada nas últimas décadas, desde a elaboração da Agenda 21, passando pelos Objetivos do Milênio e agora com os ODS. O risco encontra-se, segundo ela, nas leituras feitas durante a implementação, que podem levar a humanidade a avanços pontuais. “Uma Cidade Educadora aprende com seus processos, e nós temos que aprender como agir de forma integrada”, complementou Rose.

Cristina Moreno, engenheira química e representante da Carta da Terra Internacional, propõe que a Carta da Terra seja vista como o sonho a ser alcançado, como a grande estratégia capaz de orientar governos, empresas e sociedade civil para a mesma direção. Já os ODS devem ser encarados como o grande plano tático. “Mas para isso acontecer, é necessário um Plano de Ação que está em nossas mãos. Temos o papel de cidadãos e guardiões do que está sendo feito. Precisamos por o pé no chão e a cabeça no céu para fazer a mudança acontecer”.

Rose Inojosa em seminário Educação Ambiental: Semeando a Cidade Educadora, que debateu a articulação da agenda com os ODS
Rose Inojosa e Mariana Noronha no V Seminário Educação Ambiental: Semeando a Cidade Educadora, realizado na sede da UMAPAZ, em São Paulo.

Territorializar os objetivos

Traduzir uma agenda global em cada território implica compreender a realidade local e agir sobre ela. É o que Mariana Noronha, coordenadora de mobilização de recursos da Agenda Pública, tem realizado a partir da iniciativa ODSlab, que busca implementar a agenda 2030 nos municípios brasileiros. Utilizando uma metodologia participativa, o ODSlab reúne múltiplos atores para, inicialmente, consensuar um problema local a ser resolvido e, em seguida,  trabalhar coletivamente pela construção de soluções.

ODS 17

O ODS 17 preconiza a necessidade de parcerias para a implementação dos objetivos. “Esse parâmetro e indicação de caminho talvez seja a maior novidade trazida pela Agenda 2030”, defendeu Mariana.

“As agendas de desenvolvimento sustentável acabam por ser muito abstratas para as pessoas. E não porque são ruins, mas porque inevitavelmente falam sobre problemas de todo o planeta”, pontuou a coordenadora, citando três experiências: Sorocaba (com o desafio de melhorar a mobilidade), Manaus (cujo foco foi a transparência) e Macapá (estudada sob a ótica do saneamento básico). Com desafios e contextos tão diferentes, as ações não podiam ser as mesmas. Algumas envolviam mais os governos locais, outras a sociedade, que podia estar mais ou menos mobilizada.

Publico debateu a articulação da agenda de Cidade Educadora com a Agenda 2030, em debate na UMAPAZ
Publico debateu a articulação da agenda de Cidade Educadora com a Agenda 2030, em debate na UMAPAZ

Atores em movimento

A boa notícia é que os pequenos passos são possíveis – e fundamentais – para a concretização da agenda 2030. Para Mariana, as iniciativas de impacto rápido podem romper com a noção de que é impossível atuar sobre os desafios atuais, colocando a gestão pública, os investidores, as organizações sociais, etc. em movimento. “O maior obstáculo para conseguir realizar mudanças é, sem dúvida, mobilizar os atores envolvidos. São problemas complexos e que podem assustar, mas a vida é complexa. Temos que saber olhar para os problemas da mesma forma”, alertou.

“PRECISAMOS POR O PÉ NO CHÃO E A CABEÇA NO CÉU PARA FAZER A MUDANÇA ACONTECER”

Na opinião de Rose Inojosa, se territorializar é fundamental, ter uma agenda comum é igualmente importante. “Ir para o território sem o elemento orientador traz o risco de repetir os enganos passados. Por outro lado, ir apenas com o propósito abrangente nos priva de olhar as especificidades dos territórios, que são suas maiores riquezas e que podem resolver boa parte da vida das pessoas.”

Virada Sustentável

O “Seminário Educação Ambiental: semeando a Cidade Educadora” integrou a programação da Virada Sustentável, festival de mobilização e educação para a sustentabilidade. Resultado da parceria entre o Programa Carta da Terra Em Ação, da UMAPAZ, e do Programa Cidades Educadoras, da Cidade Escola Aprendiz, o evento chegou em 2017 a sua quinta edição.

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