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publicado dia 26 de outubro de 2017

Mostratec 2017 reúne diferentes gerações em prol da ciência

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Pelo 32° ano seguido, o município de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, abre-se ao conhecimento científico produzido por jovens do Brasil e do mundo. É durante a Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec) que eles se encontram, trocam ideias e expõem o resultado de suas pesquisas em 13 diferentes áreas de conhecimento.

Em 2017, a maior feira do gênero na América Latina deve receber 40 mil pessoas nos três dias de visitação (24 a 26 de outubro). Essa multidão de admiradores da ciência tem 670 trabalhos à disposição (250 realizados por alunos de Ensino Fundamental e 420 por estudantes do Ensino Médio e Técnico), oriundos de mais de 20 países, além de eventos paralelos à Feira principal.

“Nosso objetivo é antecipar cada vez mais o contato do jovem com a ciência, porque quanto mais cedo isso acontece maior a possibilidade de fazer dela um caminho profissional”, explica Léo Weber, diretor da Fundação Liberato, realizadora da Mostratec.

E a Mostra Infantil, que se realizou nesta quarta-feira (25), evidencia que esse contato pode realmente começar desde cedo. Os pequenos de 4 a 6 anos não se acanharam em abordar os visitantes que passavam pelo Pavilhão de eventos, compartilhando suas descobertas sobre os quatro elementos da natureza, o ciclo da água, a anatomia do Tatu-bola ou para, no Outubro Rosa, somar forças na prevenção ao câncer de mama.

Na EMEF Victor Aggens, de Nova Santa Rita (RS), o projeto “A saúde da mama da mamãe” mobilizou os alunos da Educação Infantil no combate a um dos tipos de câncer mais comuns no país e atraiu muitos olhares na Mostratec, onde quatro alunas informavam às mulheres e homens como e onde fazer o auto-exame.

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Foi graças ao trabalho no tema que a mãe de um aluno de cinco anos descobriu um câncer de mama em estágio inicial, mobilizada pelos conhecimentos compartilhados pelo filho. No livro de relatos levado até o evento, não raro as mães relatam que os filhos e filhas convocaram reuniões com as mulheres da família para alertar para a prevenção. “Nós estamos antenadas na saúde da mamãe”, disseram as alunas em uníssono.

“É um projeto muito emocionante e que já deu resultado. Espero que eu consiga vê-lo replicado a nível nacional”, desejou Janete Kerber, que coordena o projeto e acompanha as crianças na Mostratec.

 Eles querem fazer ciência

Desde a primeira edição, o objetivo da Mostratec é difundir e fortalecer o conhecimento científico produzido nos Ensinos Fundamental, Médio e Técnico, e a experiência (e o volume de trabalhos) vêm comprovando o interesse das crianças e jovens em adentrar o mundo da ciências. “Nós percebemos que a área científica era depreciada nos níveis mais básicos e os jovens não tinham contato com ela, por isso insistimos na criação de oportunidades e no contato com a ciência desde jovens, de modo quetenham a possibilidade de fazer suas escolhas”, enfatizou Weber.

“Achamos importante que eles tenham ídolos esportistas, cantores, mas também cientistas”, resume o educador, explicando que os organizadores da Mostratec têm investido na qualificação das etapas anteriores à Feira, realizando formações com professores sobre critérios de avaliação, de ética, além de atuar com as redes municipais de ensino.

Os trabalhos apresentados abordam os mais variados temas, mas carregam em comum o engajamento na resolução de questões concretas, sejam elas do campo da saúde, educação, meio ambiente ou outras áreas. São trabalhos que conversam com as realidades dos jovens pesquisadores, muitas vezes inspirados em problemas da própria comunidade, como pragas ecológicas, combate ao Aedes aegypti e até o uso de papel pela comunidade escolar e a depressão em adolescentes.

A Mostratec Junior, que tem trabalhos de alunos de 7 a 13 anos, teve um crescimento expressivo nos últimos anos. Em 2011, quando foi iniciada, contou com 20 projetos inscritos. Seis anos depois, já são 250 trabalhos em que predominam os temas comportamentais e cotidianos, como o uso abusivo de celulares, o descarte de lixo e até as dificuldades de ser canhoto.

Confira alguns projetos: 

Os alunos da EMEF Presidente Nilo Peçanha estudaram o Tatu Bola e até levaram um "tatuário" com espécimes vivas para explicar as principais características do animal
Os alunos da EMEF Presidente Nilo Peçanha, de São Paulo, estudaram o Tatu Bola e até levaram um “tatuário” com espécimes vivas para explicar as principais características do animal.
Na Mostratec Junior, alunas de São Sebastião do Caí (RS) apresentaram seu trabalho sobre suicídio. Elas se inspiraram pela febre do jogo da baleia azul e pela série "13 reasons why' e enviaram questionários anônimos para os colegas preencherem. Ficaram surpresas que mais de um terço deles disse já ter pensado em suicídio
Na Mostratec Junior, alunas de São Sebastião do Caí (RS) apresentaram seu trabalho sobre suicídio. Elas se inspiraram pela febre do jogo da baleia azul e pela série “13 reasons why’ e enviaram questionários anônimos para os colegas preencherem. Ficaram surpresas que mais de um terço deles disse já ter pensado em tirar a própria vida.
José Vinicius Teodósio de Lima é estudante do Instituto Federal do município de Santana do Ipanema em Alagoas. Lá, a escola realiza o projeto "Meu mundo em versos - o resgate da literatura de cordel". Na Mostratec, ele sistematizou a experiência e sua aplicação na alfabetização de jovens de baixa renda
José Vinicius Teodósio de Lima é estudante do Instituto Federal do município de Santana do Ipanema em Alagoas. Lá, a escola realiza o projeto “Meu mundo em versos – o resgate da literatura de cordel”. Na Mostratec, ele sistematizou a experiência e sua aplicação na alfabetização de jovens de baixa renda.
Isabelle e Chiara são da Escola Lourenço Castanho, na zona sul de São Paulo. Elas se aprofundaram na importância do retorno à escola para mulheres em uma escola pública e privada da região
Isabelle e Chiara são da Escola Lourenço Castanho, na zona sul de São Paulo. Elas se aprofundaram na importância do retorno à escola para mulheres em uma escola pública e privada da região.
Alunos da Fundação Liberato, Vinícius e Thiago desenvolveram um software de estímulo a alunos em fase de alfabetização e que auxilia as professoras a ter controle de frequência e realização de tarefas
Alunos da Fundação Liberato, Vinícius e Thiago desenvolveram um software de estímulo a alunos em fase de alfabetização e que auxilia as professoras a ter controle de frequência e realização de tarefas.
De olho na realidade local, o peruano Giancarlo Vásquez estudou a viabilidade de uma espécie animal subsituir pesticidas no controle de pragas em plantações de tomate e batatas, obtendo produtos de melhor qualidade
De olho na realidade local, o peruano Giancarlo Vásquez estudou a viabilidade de uma espécie animal subsituir pesticidas no controle de pragas em plantações de tomate e batatas, obtendo produtos de melhor qualidade.

A repórter Nana Soares viajou a Novo Hamburgo a convite da Mostratec.

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