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publicado dia 27 de setembro de 2018

A periferia nos planos de metas dos candidatos

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Por Paulo Talarico. Texto publicado originalmente na Agência Mural

 

As periferias fazem parte das preocupações dos presidenciáveis e estão nos planos de metas apresentados para as eleições 2018? Sim, mas discretamente. Na comparação com 2014, ao menos, houve um aumento.

As propostas registradas pelos 13 candidatos à presidência citam 53 vezes a palavra periferia ou periférica, seis vezes mais do que há quatro anos quando foram sete. Em 2014, dos 12 concorrentes apenas dois haviam citado a expressão: o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), com seis menções, e o senador Aécio Neves (PSDB), uma vez.

Campos morreu em um acidente de avião antes da disputa e sua substituta, Marina Silva, ao registrar a proposta não colocou nenhuma vez a palavra.

As citações foram contabilizadas pela Agência Mural. Para a eleição deste ano, sete concorrentes à presidência e outros seis ao governo de São Paulo não citaram o termo em nenhum momento dos planos apresentados.

Não mencionar a palavra periferia não indica necessariamente que não há projetos que possam ser de interesse das regiões distantes dos grandes centros. Porém, aponta como o termo tem sido ou não levado em conta pelos concorrentes ao pleito e uma mudança no discurso.

Planos de 2018

Nos planos de governo apresentados por Alvaro Dias (Pode)Cabo Daciolo (Patri), Eymael (DC)Geraldo Alckmin (PSDB)Henrique Meirelles (MDB)Jair Bolsonaro (PSL)Marina Silva (Rede), não houve o uso da palavra periferia ou periférico.

O presidenciável que mais fez referências a este termo foi Guilherme Boulos (PSOL) com 36 menções. O programa do socialista foi o mais longo entre os candidatos e traz uma introdução grande sobre a conjuntura política.

Entre os temas citados estão a violência contra a juventude negra, necessidade de investimentos em cultura e emprego. “Não há como aprofundar a democratização do país, sem estender a democracia para a periferia, que mais de 30 anos após o fim do regime militar ainda vive verdadeiros estados de sítio informais, com invasões de domicílio sem ordens judiciais; execuções extrajudiciais; torturas nas delegacias; prisões ilegais”.

O vínculo com a violência como um problema a ser enfrentado foi a base de boa parte dos políticos.

No plano do ex-presidente Lula (PT) há sete vezes o uso da palavra periferia, inclusive no chamado “Plano Nacional de Redução da Mortalidade da Juventude Negra e Periférica”. “O equivocado paradigma de “guerra às drogas” será superado com mudanças na políticas de segurança pública e com a abolição dos autos de resistência”, diz trecho do texto.

Lula foi substituído por Fernando Haddad, que registrou um plano parecido, mas com uma citação a mais do termo.

Na sequência, João Goulart Filho (PPL), filho de João Goulart, presidente deposto pelo Golpe Militar de 1964, apresenta quatro citações. Entre elas, uma proposta relacionada à habitação. “Implementaremos um programa de construção de moradias para a população de baixa renda (até 3 salários mínimos) e de titulação de terrenos nas comunidades da periferia”

Quanto à Vera (PSTU), são três menções relacionadas à violência contra os negros, as mulheres e a comunidade LGBT. “A juventude pobre e negra sofre um verdadeiro genocídio nas periferias”.

Outros dois candidatos falam do tema. “Implementação de políticas que ampliem e popularizem o acesso à cultura e ao lazer, criando espaços de fomento, desenvolvimento e interação, e valorizando os espaços já existentes, principalmente nas periferias”, diz a proposta de Ciro Gomes (PDT).

“Essa violência atinge principalmente jovens da periferia – uma geração que poderia estar sendo preparada para o futuro, se encontra perdida para a violência”, consta no texto de João Amoêdo (Novo).

seminário discute educação nas periferias de são paulo
Para a eleição deste ano, sete concorrentes à presidência e outros seis ao governo de São Paulo não citaram o termo

Governador

Para a disputa estadual, a periferia aparece de forma mais moderada, mas houve um salto. A periferia apareceu oito vezes nos planos de metas de candidatos em 2014 e foram 14 entre os concorrentes de 2018.

O plano de Luiz Marinho (PT)  aponta cinco vezes o termo para falar sobre problemas nas escolas, no tratamento diferenciado do policiamento e também cita o termo genocídio da juventude periférica. Edson Dorta (PCO) fala em encerrar o “massacre” dos jovens. A periferia aparece três vezes.

Candidato à reeleição, o governador Márcio França (PSB) cita a ideia de estimular a cultura e aborda as dificuldades do transporte. “A ausência de um planejamento mais adequado, das cidades, a existência de periferias distantes, mostram o agravamento da situação”.

Paulo Skaf (MDB) havia mencionado entre as propostas de 2014 descentralizar a cultura para áreas periféricas e repetiu o tema no plano registrado. Rogério Chequer (Novo) menciona o uso de tecnologia para o atendimento médico em áreas periféricas.

O candidato Toninho Ferreira (PSTU) fecha a lista de citações. “Enquanto a especulação imobiliária avança, expulsando os pobres dos grandes centros e jogando-os para as periferias ou para o olho da rua, o déficit habitacional é de mais 1,3 milhão de moradias”.

João Doria (PSDB), Major Costa e Silva (DC), Marcelo Candido (PDT)Rodrigo Tavares (PRTB) não mencionaram o termo periferia em suas propostas.

Professora Lisete (PSOL) e Professor Carlos Fernando (PMN) não contavam com as propostas no site da Justiça Eleitoral.

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