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publicado dia 14 de fevereiro de 2020

Software livre analisa hábitos de ciclistas e pedestres para pensar mobilidade urbana

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Em dias mais quentes, bicicletas pululam nas ciclovias e ruas das cidades. Quando chove ou faz frio, estas viagens são mais raras. Não se pode dizer o mesmo do comportamento dos pedestres: eles são mais constantes em suas viagens, embora também escolham andar menos a pé em dias de muito calor. 

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Dados como estes e outros referentes a hábitos e comportamentos de ciclistas e pedestres se deslocando pela malha urbana são fruto da pesquisa do Software BikeScience, uma parceria internacional entre o Instituto de Matemática e Estatística da USP (IME) e o Massachusetts Instituto de Tecnologia (MIT). 

A ideia do projeto é utilizar técnicas de Ciências de Dados para analisar milhões de viagens de bicicletas em grandes cidades, identificando os fluxos mais relevantes de mobilidade urbana”, explica Fabio Kon, membro da Coordenação Adjunta da Pesquisa para Inovação da FAPESP.

Os pesquisadores analisaram dados georreferenciados de mais de 260 mil viagens de pedestres e 800 mil viagens de bicicletas em Boston, cidade dos Estados Unidos. O software é de compartilhamento livre, e a ideia é que qualquer cidade possa partilhar dessa solução usando suas próprias variáveis. 

“Nossa motivação é ajudar a quebrar o ciclo vicioso de favorecimento do transporte individual, poluente e nocivo ao meio-ambiente que tem sido priorizado por governos nas últimas décadas. Promover o transporte não-motorizado torna a cidade mais humana, contribui para a diminuição da poluição e torna as pessoas mais saudáveis física e psicologicamente”, complementa Fabio. 

pessoas se movimento em uma faixa de são paulo
Pedestres tem comportamentos de deslocamento pouco documentados / Crédito: Mobilize

Estudo pode ajudar cidades a repensar políticas de mobilidade para para pedestres e ciclistas 

Embora o estudo tenha começado em Boston, pela facilidade dos dados disponíveis, Fabio divide que recentemente dados de São Paulo foram compilados e já resultaram análises interessantes. 

“O software usa diferentes técnicas para agregar geograficamente os dados sobre milhões de viagens em alguns poucos fluxos de mobilidade em uma cidade. A partir daí, contrasta as viagens de bicicleta com a infraestrutura existente apontando regiões onde há bastante uso de bicicletas mas falta infraestrutura apropriada ou vice-versa. Ele é uma ferramenta gráfica interativa que pode ser usada por engenheiros de transporte e especialistas em mobilidade urbana para analisar e visualizar diferentes aspectos da mobilidade’. 

O BikeScience apresenta recortes de hábitos e dados comportamentais detalhados sobre o que influencia o percurso de um pedestre ou ciclista. Por exemplo, é possível quantificar a influência da temperatura e precipitação no número de viagens; que picos de horário diferentes e similares esses dois tipos de deslocamento compartilham e também quais as distâncias percorridas a pé ou de bicicleta. 

“Assim, o gestor público pode entender melhor como as pessoas se movimentam pela cidade em diferentes ocasiões e planejar alterações na infraestrutura da cidade”, retoma Fábio. 

Recentemente, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) de São Paulo entrou em contato com a ciência de dados produzida pelo IME, utilizando informações tanto do BikeScience como também um simulador de mobilidade de larga escala desenvolvido no IME por Eduardo Zambom Santana. 

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