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publicado dia 14 de outubro de 2013

Trabalho doméstico rouba tempo de brincar e estudar de meninas

Enquanto o menino brinca na rua ou estuda em casa, é provável que sua irmã esteja ocupada em arrumar a cama ou lavar a louça. É o que mostra o levantamento realizado pela ONG Plan International Brasil, que promove a campanha Por Ser Menina, que visa promover uma educação igualitária e de qualidade no Brasil.

A pesquisa, que entrevistou duas mil meninas com idades entre seis e 14 anos, constatou que 81,4% das meninas são responsáveis por arrumar sua cama; 76,8% por lavar a louça e 65,6 por limpar a casa, enquanto 4,6% saem de casa para trabalhar, contra 12,5% dos meninos. A contrapartida entre os irmãos é de respectivamente, 11,6%, 12,5%, 11,4%. O resultado dessa divisão sexual precoce do trabalho é que 31,7% das meninas acha que não tem tempo suficiente para brincar durante a semana.

[stextbox id=”alert” caption=”O que é ser menina?” float=”true”]

“Vou dar um exemplo: na minha casa, alguns irmãos homens estudam e outros trabalham, e as meninas parecem ser obrigadas a fazer as coisas de casa. Na minha opinião, quem deveria fazer era os meninos”

“Ser menina é poder brincar com o que quiser e ter seus direitos respeitados. É poder não ser discriminada.”

“É ser importante por ter nascido, pelo fato de, cada vez mais, conquistar seus direitos. Ser menina não é diferente de ser menino, pois somos seres humanos.”

“É ser tratada por igual. É, no futuro, contribuir para a sociedade e não ser só mais um instrumento para aumentar a sociedade.”

“Menina é como uma escrava, porque nós temos que cozinhar, passar, lavar, cuidar do irmão e irmã e tudo mais.” [/stextbox]

“O estudo comprova que simplesmente pelo fato de serem meninas elas continuam sendo tratadas como a pessoa responsável pelas tarefas domésticas, o que tira delas parte importante de sua infância quanto ao direito de brincar, estudar e de não assumir tarefas em substituição de adultos”, analisa Célia Bonilha, assessora nacional de Gênero e Segurança Econômica da Plan International Brasil.

O padrão também é reproduzido na hora do cuidado com as crianças. Em 76,3% dos casos, são as mães as responsáveis pelo cuidado das meninas contra 26,8% de pais. As avós cuidam de seus netos duas vezes mais que os avôs, 15,6% contra 7%.

Auto-imagem

Os reflexos dessa disparidade incidem na auto-imagem das meninas. 60% das pesquisadas acredita que é tão inteligentes quanto os meninos e 72,4% discorda que meninos têm mais poder que as meninas. “[Ser menina] para mim, é ter os mesmos direitos que os meninos na sociedade”, afirmou uma das entrevistadas pela pesquisa.

Para Célia Bonilha, a tendência majoritária das respostas têm seu contrapeso no fato de que 9,6% das meninas não se sente feliz por ser menina e 5,7% não se diz orgulhosa de seu gênero.  “As participantes reafirmam também algumas diferenças entre meninos e meninas reconhecidas no imaginário social como característicos do universo feminino, já que 64% acredita que ‘meninas sejam mais obedientes do que meninos’ e 61,7% afirma que ‘meninas sejam mais amigas que meninos’”, pondera.

Caminho da escola

O estudo também aponta dados importantes na questão escolar. A grande maioria das meninas afirma gostar da escola em que estuda (81,5%) e 71,8% crê que há igualdade no tratamento étnico-racial dentro do ambiente educativo. No entanto, 39,3% das meninas não se sentem seguras no caminho entre a casa e a escola, reforçando a imagem do espaço público como um ambiente hostil para meninas e mulheres.

Quem quiser conferir a íntegra da pesquisa, pode fazer o download por aqui.

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