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publicado dia 15 de agosto de 2014

Google Science Fair 2014 transforma conhecimento de jovens em inovação

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Você sabia que todos os funcionários do Google têm o direito de dedicar 20% de seu tempo de trabalho a projetos relevantes de interesse pessoal? Foi dessa maneira que surgiu a Google Science Fair (GSF), competição online de ciências criada em 2011 nos Estados Unidos que tem como objetivo estimular o desenvolvimento de projetos científicos em jovens que tenham entre 13 e 18 anos.

Incomodado com a constante ausência de jovens brasileiros nas finais da competição, o funcionário do setor de vendas do Google no Brasil, Victor Paolillo Neto, 23, participou da concepção do Prêmio Local da GSF – criado também através dos “Projetos 20%”. A premiação busca “iniciativas que tentem solucionar um problema localmente relevante”, segundo descrição no site da GSF 2014.

Conheça o projeto vencedor 

Preocupados com os vazamentos de óleo em rios e oceanos, Raíssa e Gabriel desenvolveram o projeto “Membrana de Absorção Seletiva”, produzindo um material capaz de absorver 22 vezes o seu próprio volume e, no caso, ajudar na contenção desses vazamentos. “Ela funciona como uma esponja que absorve óleo e repele água”, explica Raíssa. “Ele pode ser aplicado em qualquer derramamento e, por não ser um mineral tóxico, não causará contaminação ou dano ao meio ambiente.”

Segundo a pesquisa realizada pela dupla, orientada pela professora Schana Andréia da Silva, quase sete bilhões de litros de petróleo já foram derramados no mundo – considerando apenas os vazamentos de grande porte. Gabriel afirma que é um processo muito viável economicamente, pois “o óleo absorvido poderá ser recuperado e retornar para a indústria. Além disso, a membrana pode ser reutilizada várias vezes”.

Reconhecimento

O Prêmio Local foi entregue pela primeira vez na terça-feira (12/8), e a dupla vencedora veio do Rio Grande do Sul para receber a congratulação na sede do Google, em São Paulo. Raíssa Müller e Gabriel Chiomento da Motta, ambos de 19 anos, estudaram Química em curso técnico da Fundação Liberato, instituição que promove a Mostratec (Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia), maior feira de jovens cientistas da América do Sul.

Com a premiação, os jovens recebem mil dólares para o desenvolvimento de seu projeto – além de um reconhecimento público por terem criado algo relevante para a sociedade.

“É muito bom ver o nosso trabalho reconhecido. Foi um projeto de muitas etapas e teve que ser feito com muito cuidado, pois foi um ano inteiro dedicado às pesquisas. É um incentivo não só para nós, mas para todos os jovens que desejam fazer pesquisa e ciência”, declara Raíssa.

Sair das caixinhas

De acordo com Victor, coordenador local do GSF e membro do conselho da Associação Brasileira de Incentivo à Ciência (ABRIC), o papel do Google é estimular a transformação do conhecimento em inovação.  “Queremos que mais escolas apliquem esse método de ensino”, observa. Confira o bate-papo com o criador do Prêmio Local da GSF 2014.

Portal Aprendiz – Qual a importância do GSF para o desenvolvimento da ciência no Brasil?

Victor Paolillo Neto – Hoje, nosso principal desafio é transformar o conhecimento em inovação, ou seja, transformar o conteúdo da escola em algo que possa ser aplicado na sociedade, e que os alunos possam se envolver e se interessar mais por ciência e se tornarem futuros transformadores.

Esse processo de transformação depende muito de instituições públicas e privadas, aí que entra o Google Science Fair: uma feira de ciências online, democrática, para todo mundo participar e conhecer o que é uma iniciação científica. É importante ter essa experiência e fazer com que mais escolas possam aplicar esse método de ensino de ciências, transformando o conhecimento em inovação.

Raíssa, Schana e Gabriel recebem prêmio na sede do Google.
Raíssa, Schana e Gabriel recebem prêmio na sede do Google.

Portal Aprendiz – Por muito tempo, a linguagem científica afastou os jovens da pesquisa. Você acredita que o papel do Google é reaproximar a juventude da ciência?

Victor – O próprio Google nasceu de uma inovação, nasceu da ciência. Hoje, é um serviço que o jovem usa muito, não apenas o Google Search, mas também o e-mail, o Google Docs, o armazenamento na nuvem.  O jovem está totalmente conectado naquilo e pode pensar ‘poxa, se eu me envolver com ciências eu posso criar o próximo Google’. O nosso papel como empresa é mostrar o quão próximo eles estão de fazer isso. Eles podem ser os próximos protagonistas do futuro.

Portal Aprendiz – O Prêmio Local vai continuar?

Victor – Sim. A nossa meta é não só ter um prêmio local, mas levar um estudante brasileiro para uma final de GSF nos Estados Unidos. Hoje, a participação nas finais da competição ainda é muito concentrada nos chineses, japoneses e americanos. Precisamos atingir essa mudança e levar uma equipe brasileira pra lá

Anote na agenda: a Mostratec 2014 irá acontecer entre os dias 27 e 31/10, em Novo Hamburgo (RS), e vai reunir mais de 350 projetos de jovens cientistas de todo o mundo.

Portal Aprendiz – Como foi a sua participação na Mostratec?

Victor – Antes de vir para o Google, quando cursava o ensino médio, fiz uma iniciação científica aos 15 anos e participei da Febrace e da Mostratec. Fiz quatro projetos diferentes e viajei pra sete competições fora do país. Isso mudou totalmente a minha vida: tanto a perspectiva de qual seria meu impacto no mundo como pessoa, como também me mostrou o quão importante é ter mais gente envolvida nessa temática para ampliar esse movimento de desenvolvimento da ciência. Eu acredito que isso pode mudar vidas. Quero levar essa oportunidade para o maior número de pessoas possível.

Portal Aprendiz – Qual é o papel da ciência em um movimento de expandir a educação para além da sala de aula tradicional?

Victor – A ciência é a principal ferramenta para o jovem aplicar o conhecimento que ele recebe na escola em uma coisa tangível e factível. Quando a gente fala em ciência, temos que pensar na interdisciplinaridade: não só em matemática, ou só biologia, só história, só ciências sociais, mas como tudo isso se junta.

Isso é o mais legal do projeto científico. Ele pode envolver infinitas áreas de conhecimento. Esse é o caminho em que o mundo precisa andar: sair das caixinhas onde tudo está separado e se expandir, mostrando que o mundo é um sistema complexo de coisas acontecendo ao nosso redor.

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