Onde estão os negros da USP? Foi com esse título que o estudante de quinto ano de Geografia da Universidade de São Paulo, Hugo Nicolau, abriu o ensaio em que apresenta, usando a metodologia do mapa racial de pontos, a distribuição étnico-espacial da universidade, publicado em seu blog “Desigualdades Espaciais”, que desde 2015 têm chamado atenção ao ser um dos pioneiros do uso do método dos pontos no Brasil.
Segundo Nicolau, a ideia de fazer o mapa da USP surgiu ao conversar com colegas sobre a pouca quantidade de colegas e de professores negros na universidade. “No último ano, também tomei bastante contato com esse debate, em parte pelas seguidas ações da Ocupação Preta na universidade”, relata o estudante, sobre o coletivo que ocupou aulas, espaços de decisão e o conselho universitário para questionar o racismo dentro da maior universidade do Brasil.

Pontos vermelhos são negros, azuis são brancos, verdes são pardos e amarelos são asiáticos.
Hugo Nicolau l Desigualdades Espaciais
Além disso, a USP, que tem o vestibular mais concorrido do país, se nega a aderir ao sistema de cotas. Apesar de ter políticas afirmativas, como o Programa de Inclusão Social da USP (INCLUSP) e o Programa de Avaliação Seriada (PASUSP), que oferecem bônus na nota para estudantes de minorias e oriundos da escola pública, elas são insuficientes, de acordo com o estudante, para mudar o panorama étnico-racial da universidade.
“No estudo da GEMAA, fica claro que os ‘programas’ de inclusão sociais da USP são extremamente falhos e que desde a sua criação em 2006 não houveram avanços significativos, já que não incluem cotas nem critérios de renda familiar – apenas um critério racial que concede um bônus adicional de 5% na nota final e um critério de escola pública que permite que alunos de alta renda recebam bônus por terem estudado no ensino público”, contesta Nicolau, em texto de seu blog. Ele também lembra que em 2015, por exemplo, seis das 10 carreiras mais concorridas da universidade ficaram sem calouros negros.
Para elaborar os gráficos, Nicolau utilizou dados da Fuvest de 2010, quando entrou na universidade. Então, 77% dos ingressantes na USP eram brancos, 10% pardos, 10% asiáticos e apenas 2% negros. Também é o ano em que foi realizado o último Censo nacional, de forma a possibilitar fazer comparações entre a cidade universitária e seu entorno, no caso, o Bairro do Rio Pequeno e a favela da São Remo, que ladeia o campus.
Para este ano, Nicolau promete fazer novos mapas (com dados de 2015) da distribuição étnico racial dos estudantes uspianos e projeta, a partir dos dados que tabulou manualmente, um mapa da distribuição de gênero nos cursos.
Acesse o site Desigualdades Espaciais para conferir os mapas.
A Emef Dr Sócrates Brasileiro possui um importante projeto sobre nossas territorialidades, “O território do Povo”, com atividades de cortejo pelo bairro, identificação dos serviços públicos existentes, valoração da história e origem da comunidade local, fomento de políticas públicas nas periferias, etc. Esse trabalho faz parte do Projeto Político Pedagógico da escola e temos vários parceiros envolvidos, como por exemplo Sarau do Binho, Geraldo Magela, Maracatu Baque e Atitude, Coletivo Rua, Brava Companhia de Teatro, Escola de Samba Acadêmico de Campo Limpo, Brechoteca (Biblioteca Popular), ASSAJO (Associação de Moradores do Jardim Olinda) KVC – Kores e Valores Crew e Grêmio Livre Resistência Socratiana, etc. Esse curso vai contribuir em muito para ampliarmos nossas atividades e o mapeamento do nosso território é essencial.
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