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publicado dia 7 de julho de 2016

A Banca pede doações para continuar sendo uma “produtora cultural e social das quebradas”

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“Nascemos da necessidade de sobrevivência. O objetivo era não sermos mais apenas números e estatísticas”, afirma DJ Bola ao rememorar a origem d’A Banca, definida por ele mesmo como uma “produtora cultural e social das quebradas”. O projeto surgiu em 1999 como movimento juvenil de um dos bairros mais violentos de São Paulo à época, o Jardim Ângela, na zona sul.

Ao longo dos anos, A Banca apostou na inclusão de jovens periféricos partindo de uma linguagem comum para eles: a cultura hip hop. O rap e o grafite serviram de base para ações como a Arena da Arenga, que abre espaço para batalha de MC’s, mutirões gratuitos de gravação em estúdios e grafitagem de muros.

O projeto também promove eventos artísticos em espaços públicos, como a Praça Polos da Paz, e encontros presencias em escolas públicas da região, como a EMEF Clemente Pastore e o CEU Guarapiranga, onde cerca de 20 jovens e moradores da comunidade costumam debater sobre a realidade local. “Produzimos conteúdos baseados na vida deles, nossos educadores facilitam esse processo provocando a molecada a pensar soluções ligadas à sua comunidade”, afirma Bola.

Nesta caminhada, o projeto ajudar a interligar esses jovens moradores da periferia com oportunidades surgidas “da ponte pra lá”, como Bola se refere à região central da cidade. “Há anos que a gente vê uma grande barreira no acesso dessas pessoas à cidade. Além da articulação propriamente dita, empoderamos e provocamos os jovens a acessar equipamentos públicos como museus, parques e bibliotecas.”


Desde a última sexta-feira (1º/7), um financiamento coletivo permanente está arrecadando verba para financiar as atividades já existentes d’A Banca – e possivelmente novas ações. Hospedado no site Benfeitoria, a arrecadação será realizada no modo “Recorrente”, onde é possível escolher um valor para doar mensalmente ao projeto. Até o momento, 11 assinantes já garantiram R$ 285 mensais à Banca.

“Vemos como uma oportunidade de garantir e dar continuidade às atividades que a gente faz nas quebradas”, observa o DJ. A soma de todas as doações mostrará qual meta foi atingida (de R$ 1 mil a R$ 4 mil mensais) e definirá os objetivos e as recompensas que serão distribuídas.

“Somos mais de 500 mil”, diz Bola sobre a população total do Jardim Ângela. “Aqui, o déficit de saúde, educação e moradia ainda é muito alto, e é muito grande a barreira para atravessar as pontes e se relacionar com quem vive uma condição social diferente. A Banca vem pra quebrar esses obstáculos invisíveis para desconstruir o perfil que já é dado para nós e mostrar para a molecada que podemos ser diferentes e fazer a diferença”, finaliza.

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