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publicado dia 22 de agosto de 2017

Formação leva professores a se aproximarem da cultura popular brasileira

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Que o Brasil é um país muito diverso e com um enorme gama de manifestações culturais não é novidade. Mas como acessar essas diferentes estéticas e expressões? Como aproximá-las da escola de modo que façam parte da formação cultural dos estudantes? E como permitir que eles se reconheçam nessas manifestações?

Essas são algumas das reflexões propostas pelo módulo “Tempos e saberes da cultura popular” do curso Potenciais Educativos do Território Urbano: rumo à Cidade Educadora, realizado no último sábado (19/08). Sob a orientação de Tião Carvalho e Mauren Picelli, do Grupo Cupuaçu, os professores e professoras participantes conheceram a história por trás da tradicional festa do Bumba-Meu-Boi e suas diferentes vertentes. O objetivo do encontro era não apenas aprofundar os conhecimentos sobre esta narrativa, mas também reconhecer e valorizar outras expressões da cidade e seus potenciais educativos.

De origem africana, as festividades do Bumba-meu-boi espalharam-se por todo o Brasil, com nomes, danças, tradições e cantos diferentes, recontando a história e os costumes do país e articulando elementos das religiões de matrizes africanas, das tradições cristãs e apresentando até mesmo as rotas migratórias internas. Do tradicional sotaque zabumba (originado nos quilombos) até o de orquestra (que tem “apenas” um século de tradição), as variedades das homenagens ao boi são tão ricas quanto os territórios em que ocorrem.

O maranhense Tião Carvalho, que há 30 anos vive em São Paulo, trouxe a festa para a cidade e hoje o Morro do Querosene (localizado na zona oeste de São Paulo), onde fica a sede do Grupo Cupuaçu, recebe ao longo do ano a manifestação, reunindo até quinze mil pessoas em momentos de simbiose total entre comunidade, cultura e território.

Patrimônio do bairro do Butantã, o Boi é lembrado em três ocasiões: no sábado de aleluia (o Renascimento do boi), em junho (o Batizado) e em novembro (a Morte). Durante os festejos, é a fogueira quem dá o tom e afina o pandeirão, instrumento de percussão feito com pele de carneiro e afinado no calor.

As festas são resultado do intenso trabalho do Grupo Cupuaçu, que desde 1986 pesquisa, desenvolve e promove a valorização das danças populares brasileiras, incluindo o Bumba-meu-Boi. No encontro do último sábado com os professores de São Paulo, os mestres apresentaram as danças, cantos e instrumentos utilizados na festa, além de cantigas e danças populares tradicionais brasileiras.

“Todos nós de certa forma conhecemos muito pouco o Brasil, e foi assim que surgiu o grupo, com o intuito de resgatar esse berço cultural fortíssimo. [Nosso trabalho] contribui para um país melhor em todos os sentidos, inclusive economicamente”, defendeu Tião.

Totalmente envolvidos com o brincar e as cantigas populares entoadas pelo Grupo Cupuaçu, os professores chegaram ao fim da experiência com outro olhar para a cultura popular brasileira. Simone Soares, que leciona inglês na EMEF José de Alcântara Machado Filho, iniciou as atividades sublinhando que conhecia pouco sobre a cultura brasileira, menos propagada do que a de outros países, mas terminou o curso maravilhada e ansiosa para transmitir aos estudantes o que foi aprendido.

Potenciais Educativos

O curso Potenciais Educativos do Território Urbano: rumo à Cidade Educadora é uma iniciativa da Cidade Escola Aprendiz, por meio do Programa Cidades Educadoras, em parceria com a Diretoria Regional de Educação do Butantã e coletivos, instituições e organizações sociais de São Paulo.

O programa da formação já contemplou os temas “Currículo do Território”; “Mobilidade Urbana a pé” e “Educação Ambiental”. Ao longo do semestre serão trabalhados ainda os eixos “Educação Patrimonial”; ”Infâncias e espaço público”; “Gênero e Território” e “Territórios Negros da cidade”. Em sua segunda edição em São Paulo, o curso pretende fortalecer o município como Território Educativo, apoiando práticas de articulação com as comunidades nas escolas da rede pública.

 

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