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publicado dia 10 de junho de 2019

Evento de encerramento do Prêmio Territórios tem defesa da educação pública de qualidade

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O bairro do Grajaú (SP) fica a 30 quilômetros da rua da Consolação. São igualmente distantes Parelheiros, no extremo sul da cidade, e o bairro de Perus. No encerramento da 3ª edição do Prêmio Territórios, que aconteceu no dia 8 de junho no Instituto Tomie Ohtake, as distâncias foram diminuídas. Como se alguém tivesse dobrado o mapa da cidade, 10 escolas públicas se juntaram para mostrar como o território potencializa práticas inovadoras de educação.

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“O prêmio vem desde 2016 mapeando, identificando e reconhecendo os projetos da rede pública de educação que fortalecem os vínculos com os territórios da cidade, olhando-a como espaço de aprendizagem e trazendo estratégias inventivas para educação integral de cada indivíduo”, explica Felipe Arruda, diretor de Cultura e Participação do Instituto Tomie Ohtake.

A presença da cultura também é forte nos projetos: “Educação sem cultura é escolarização. A cultura é o elemento de formação, identidade, pertencimento, subjetividade e invenção. Em cada escola e território a ampla diversidade da cultura se manifesta, e deve ser reconhecida para que possamos formar pessoas livres, críticas e criativas”, completa Felipe.

Em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e com apoio da Estácio, o prêmio escolheu 10 escolas que trabalham temas onde o “território dá vida à educação”, como assinalou Felipe. São iniciativas como um slam que trabalha a interdisciplinaridade entre língua portuguesa e direitos humanos (EMEI Altino Arantes) ou visitas guiadas até a casa das famílias dos alunos, tracejando com eles caminhos pela cidade (EMEI Gabriel Prestes).

slam altino no emei altino arantes
Alunos Slam Altino: ninguém cala o nosso grito! / Crédito: Divulgação do projeto

Em defesa de uma educação pública aberta ao território

Em uma cerimônia marcada por apresentações culturais de convidados e dos próprios alunos dos projetos premiados, os professores que subiam ao palco para receber seus prêmios deixaram claro que, em um ano de cortes em verbas de educação e desmonte de políticas públicas educacionais, defender a escola pública e seus educadores é também defender a democracia.

“O desrespeito à educação, aos educandos e educadores corrói e deteriora em nós a sensibilidade ou abertura ao bem querer da própria prática educativa. A alegria é necessária ao fazer docente”, anunciou a coordenadora pedagógica da EMEI Afonso Sardinha Sandra Cavaletti, que ganhou o prêmio com o projeto “A quadra da escola é de quem quiser!”, que usa a quadra escola como espaço de discussão de igualdade de gênero.

“A práticas aqui presentes demonstram afetividade, alegria e capacidade científica à serviço da transformação do nosso território”, ainda completou.

Muitos dos projetos olharam para a cidade por meio da mirada curiosa das crianças. Foi o caso da EMEI Gabriel Prestes, que com o projeto Conhecendo e Sendo em São Paulo levou os alunos até as casas uns dos outros, usando o trajeto para desvelar um novo território para as crianças.

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“Com os desenvolvimento desse projeto pude aprender na prática a importância da família e do protagonismo das crianças no fazer pedagógico, aproximando os saberes dela aos saberes historicamente construídos”, sentenciou Vanessa de Oliveira Santos, professora da EMEI Gabriel Prestes.

As escolas também olharam para si próprias como catalisadores de discussões prementes, como a de direitos humanos. A EMEF Altino Arantes teve suas paredes estremecidas pelo projeto Slam Altino: Ninguém cala o nosso grito!, onde alunos se uniram para conclamar poesias sobre direitos humanos, em especial sobre questões raciais e de gênero.

“Ressalto aqui a importância de trabalhar os direitos humanos nos dias de hoje na escola. Não praticá-lo como projetos que tem começo, meio e fim e acabam engolidos na rotina avassaladora da escola, e sim, assim como a democracia, como prática constante de encontrar saberes locais e usá-los no exercício da cidadania”, afirmou o professor de informática Joines Gustavo.

4ª edição do Prêmio Territórios já está com inscrições abertas

Escolas da rede municipal de São Paulo podem se inscrever no site do Prêmio Territórios e concorrer a apoio financeiro ao projeto, além de participar de uma série de encontros entre si e com organizações que trabalhem a tríade educação, território e cultura, como a organização Associação Cidade Aprendiz.

 

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