Séries e documentários disponíveis no serviço de streaming Netflix podem servir como ponto de partida para discussões dentro e fora da sala de aula sobre educação, da Educação Infantil até o Ensino Superior.
Abaixo, o Centro de Referências em Educação Integral selecionou cinco obras que abordam desde a necessidade de afeto e do brincar até questões como o racismo e o bullying, se não apontando possíveis soluções, pelo menos instigando reflexões.
Leia + Filme discute a importância do brincar
O começo da vida

Filme retrata a importância dos cuidados na primeira infância / Crédito: Divulgação
“Estamos cuidando bem dos primeiros anos de vida, que definem tanto o presente quanto o futuro da humanidade?”. Essa é a pergunta que norteia tanto o documentário, que estreou em 2016, quanto a série de seis episódios, que explora a fundo diversos aspectos da infância, da família e da Educação Infantil como um todo.
A perspectiva adotada parte da descoberta da neurociência de que os seres humanos são fruto da combinação entre genética, qualidade das relações em que nos desenvolvemos e do ambiente em que estamos inseridos.
A série prima por contar com especialistas e personagens de nove países de diferentes continentes, evitando tratar do assunto pela ótica ocidental somente.
The mask you live in

Documentário investiga masculinidade tóxica / Crédito: Divulgação
Um professor de escola pública reúne oito de seus estudantes meninos, todos com idade entre 13 e 16 anos. Em roda, distribui a eles uma máscara impressa em papel e realiza um exercício simples.
Os garotos devem escrever na frente da máscara qual é a impressão que eles passam no dia a dia, o que mostram para os outros. No verso, o que escondem. Cerca de 90% das respostas indicavam que os jovens demonstravam alegria e extroversão enquanto escondiam raiva e dor.
Essa é a máscara da masculinidade, assunto desenvolvido ao longo do documentário de 1h30 por especialistas, professores, meninos, adultos e seus familiares, explorando as relações entre essa máscara e o machismo, os índices de violência e de escolaridade, além de temas como o abuso de drogas e o suicídio.
O objetivo é entender de onde vem a noção do que é “ser homem”, como ela se forma, quais são suas consequências para o indivíduo e para o coletivo e, por fim, como a sociedade pode ajudar os homens a tirarem suas máscaras.
Cara gente branca

Série foge das narrativas tradicionais sobre racismo e vivência de pessoas negras / Crédito: Divulgação
“Cara gente branca, aqui está uma lista de fantasias de Halloween aceitáveis: pirata, enfermeira sexy, qualquer um de nossos 43 ex-presidentes. No topo da lista de fantasias inaceitáveis: eu”, diz a ativista negra Samantha White, personagem principal da série, durante uma locução em um programa de rádio da universidade majoritariamente branca.
O programa da rádio é uma das ferramentas utilizadas por Samantha e outros ativistas do movimento negro contra o racismo.
“Cara gente branca” trata, sem meias-palavras, dessa forma de violência no Ensino Superior, abordando as diferentes maneiras pelas quais a sociedade manifesta o racismo e as formas de luta que surgem contra a discriminação.
A série procura fugir das narrativas tradicionais sobre racismo e vivência de pessoas negras e faz provocações e reflexões a partir do humor e da ironia.

A série se destaca por trazer o olhar da criança / Crédito: Divulgação
A série ficcional retrata Anne, uma menina de 13 anos adotada e de classe social inferior aos colegas da escola que frequenta. Embora o cenário seja o Canadá do fim do século XIX, os conflitos a que Anne é submetida continuam muito atuais, bem como as formas pelas quais ela e sua família lidam com o bullying.
A série se destaca pela sensibilidade e originalidade com que trata este e outros assuntos pesados para a infância, valendo-se do olhar da própria criança.
Merlí

Os protagonistas da série Merlí / Crédito; Divulgação
A série espanhola se passa dentro de uma escola, cujo personagem principal é um professor de Filosofia, pai de um de seus alunos. Cada episódio tem por base as ideias de algum pensador ou escola filosófica, como os peripatéticos, Nietzsche ou Schopenhauer, em que o professor desenvolve, com métodos pouco ortodoxos, temas como política, orientação sexual, educação e a relação entre professor e alunos.
*Matéria originalmente publicada no Centro de Referências em Educação Integral. A autoria é de Ingrid Matuoka.