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publicado dia 4 de fevereiro de 2020

Educação ambiental a partir do território: Curso da UMAPAZ com inscrições abertas

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Transformar as relações entre pessoas, cidade e meio ambiente por meio da educação ambiental. Fazê-lo a partir de uma potência de encontros, de corpos que se afetam e portanto se percebem – como descreveu o filósofo Baruch Espinoza – e da ida aos territórios urbanos para se perceber parte da natureza, mesmo quando ela aparenta ser menos óbvia, como em São Paulo. 

Leia +: O Bem Viver: Alternativas Indígenas para se pensar a vida em comunidade. 

É esta a premissa do curso Formação de Agentes Socioambientais Urbanos da UMAPAZ (Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz), projeto que há 14 anos convida gratuitamente cidadãos a afinar sua relação com o meio ambiente e sustentabilidade a partir do encontro e da troca.

As inscrições podem ser feitas por meio do site da UMAPAZ, mediante resposta a um formulário on-line. 

“Olhar para a atuação socioambiental é olhar para a mudança de relação com a cidade, os elementos naturais, o outro e o território”, comenta Lia Salomão, uma das coordenadoras do curso. 

Em conformidade com os princípios da Carta da Terra e os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, o curso perpassa temas como desenvolvimento sustentável, integralidade da educação ambiental, cidade educadora, complexidades urbanas, crise hídrica, economia solidária e diversos outros temas.

sala de aula
Curso acontece na sede da UMPAZ, dentro do Parque Ibirapuera / Crédito: Umapaz

Educação ambiental e integralidade 

Quando se pensa em educação ambiental, algumas imagens podem vir à mente: montagem de hortas ou minhocários, ciclovias e visitações à parques. A visão de educação ambiental da UMAPAZ, embora perpasse por esses temas, propõe aos educandos a ampliação da visão sobre o que é meio ambiente, para muitos além de paragens verdes e aliada à cultura de paz.  

“A educação ambiental pode ser flexível, transversal e aberta. Quer fazer horta? Vamos fazer, mas também entender como a relação estabelecida com a horta te ajuda a ampliar, tornar mais complexa a interação com os elementos da cidade! Quando se faz uma horta, você pode enxergar o outro, um ciclo, pensar comida, cultura e transformação ambiental. É possível escolher um tema e discutir a cidade com ele”, provoca Lia. 

Quando proposto que os desafios ambientais sejam encarados de maneira mais integrada, a coordenadora Débora Pontalti acredita que os educandos conseguem ampliar seus próprios olhares sobre si mesmas e os territórios que as cercam: 

“A gente quer devolver para a cidade cidadãos que consigam compor uma rede que de forma autônoma e voluntária atue pela qualidade ambiental nos seus territórios”.

Lia ainda define outra das premissas dos encontros é a possibilidade de desenvolver uma atenção que quebre com a rotina urbana acelerada

“No dia a dia da cidade, somos 11 milhões de desatentos, o tempo todo operando na rotina, acordando e ir pegando o ônibus, trabalhando, educando crianças, fazendo o jantar e lavando a louça, operando de forma desatenta para a realidade. O agente socioambiental é  presente e atento. Ele está enxergando a realidade dele, atento ao outro, e a presença dele se faz no território”. 

dois participantes do curso de mini jardim
Para além de olhar para o meio ambiente, o curso propõe o encontro com o outro como uma forma de fortalecer relação entre seres humanos, cidade e natureza / Crédito: Umapaz

O pressuposto do território na educação ambiental 

O território – e uma de suas definições dadas por Milton Santos que é “o sentimento de pertencimento àquilo que nos pertence” – é central na concepção de educação ambiental integral. Compreender o potencial educativo do território é fundamental para afinar a relação entre si, com os outros e com a cidade. 

Para atender esse desafio, o curso de formação de agentes socioambientais propõe que seus estudantes percorram os territórios da cidade, conhecendo movimentos sociais, experiências e projetos que se relacionam de maneira disruptiva com o meio ambiente. 

“A gente visita espaços, movimentos que estão transformando a cidade. Às vezes a pessoa quer melhorar a praça, produzir uma horta, mas não sabe por onde começar, se sente pequeno frente a um ambiente cinza, acuado. Visitar movimentos que já estão transformando seu espaçom com todas as dificuldades, ajuda na ampliação do olhar”, conta Débora. 

A formadora relembra a história de dois jovens participantes do curso que rodaram a cidade. Ao fim de um dos passeios, um deles falou “Poxa, eu não conheço nem onde eu moro, preciso conhecer!”. A ideia é, segundo a educadora, que “a pessoa se disponha a refazer seus trajetos descortinando o olhar, descobrindo vários oportunidades pelo bairro. Como eu posso querer transformar a cidade e o mundo, se eu não conheço onde eu moro?”. 

Trabalhando a relação com o território, a natureza, que geralmente aparece como uma problemática se converte em uma possibilidade. “Não é verdade o discurso que não tem natureza na cidade. Estamos o tempo inteiro lidando com ela como se fosse um problema, não olhando a natureza e pensando, ‘como eu melhoro a relação com a minha vida, qualidade do meu dia a dia’”, complementa Lia. 

 

Serviço

Público: Interessados.
Datas: 11 de Março a 26 de Junho de 2020, quartas, sextas, sábados
Horário: 18h30 às 22h00 e 09h00 às 16h00
Local: Sede da UMAPAZ
Endereço: Av. Quarto Centenário, 1268
Pedestres: Portão 7A
Estacionamento: Portão 7 da Av. República do Líbano (Zona Azul)

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