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publicado dia 9 de novembro de 2020

Congresso da UNIR propõe relações entre saberes acadêmicos e ancestrais

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De 11 a 13 de novembro, acontece o III Congresso Métodos Fronteiriços: corpo(s), espacialidade(s), outra(s) democracias, promovido pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR).

Como nas edições anteriores, ocorridas em 2015 e 2017, sua proposição é relacionar os saberes acadêmicos e os saberes ancestrais, populares da cartografia do Norte do Brasil. Em 2020, a área das Ciências Humanas convidada para medira a discussão é a Educação.

Partindo da perspectiva do esgotamento do modelo racional ocidental, o evento tem a intenção de ampliar a reflexão sobre uma educação e uma produção de conhecimento que possibilitem pensar outras democracias, nas quais mulheres, crianças, indígenas, afrodescendentes e ribeirinhos configurem espacialidades, e em que se contemple os saberes dos coletivos e dos movimentos sociais na direção de uma perspectiva decolonial.

Confira aqui a programação completa.

Saberes ancestrais

Em entrevista para o Portal Aprendiz, o pensador e economista equatoriano Alberto Acosta fala sobre o Bem Viver, filosofia e prática indígena que almeja um equilíbrio entre o ser humano e a natureza e também entre os sujeitos. Esse pensamento sofisticado é um exemplo dos saberes tradicionais, que para Acosta, ainda precisam ser esmiuçados e praticados para além de seus territórios:

Há uma ambição folclórica sobre o mundo indígena. Mas antes dessa visão, houve uma imperial. Se devia superar essas “culturas atrasadas”. E essa foi a mensagem que começou com a colonização. O que eles queriam, além de recursos naturais, eram também levantar a bandeira da evangelização. “Nós somos os civilizados, vocês indígenas os selvagens, nós somos adiantados, vocês são atrasados”. Então dessa perspectiva se começou a combater e a marginalizar o pensamento ancestral. As culturas indígenas, que sofreram nas mãos dos conquistadores e que seguem sofrendo 500 anos resistem à colonização, inclusive às suas formas mais perversas. Só pensar que o significou para os Munduruku a construção de Belo Monte.

A visão folclórica e romântica do mundo indígena é completamente equivocada. O mundo indígena deve ser entendido desde suas realidades. São povos com larga memória e que podem enfrentar momentos de muita crise. São povos que nos oferecem opções diferentes de vida. Não para copiar, o que seria uma bobagem.

 

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