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publicado dia 17 de fevereiro de 2012

Semana de Arte Moderna completa 90 anos e São Paulo vira um museu a céu aberto

Depois da “arte urbana”, chegou a vez de se revitalizar os sentidos da “história urbana”. Diferentes locais de uma cidade recontam sua trajetória histórica, proporcionando aprendizagem e descobertas que muitas vezes passam batido aos olhares mais apressados – são pedaços de tempo, índices do passado. Um desses exemplos é a Casa Modernista da rua Santa Cruz, zona sul de São Paulo.

Casa Modernista, projetada por Gregori Warchavchik.

De autoria do arquiteto de origem russa Gregori Warchavchik (1896–1972), projetada em 1927 e construída em 1928, é considerada a primeira obra de arquitetura moderna implantada no Brasil. Surgida no contexto da Semana de Arte Moderna de 1922, um marco da ruptura e diálogo com a tradição, encontra-se restaurada e aberta à visitação.

Tatiane Gusmão, professora de artes, trabalhou no local como educadora até 2010. Acompanhava jovens e crianças em visitas. “O mais bacana era perceber a surpresa ao constatar que uma casa poderia ser funcional e ter ângulos retos desde aquela época”, conta. “Eles vinham com uma ideia de que, se a casa é antiga, deve ser toda ‘enfeitada’”. A limpeza dos traços e da ornamentação é um atributo da estética modernista.

A Semana de 22 ocorreu durante o verão tropical e consolidou transformações estéticas que surgiram naquele momento. Foram três dias de apresentação no Theatro Municipal de São Paulo: 13, 15 e 17 de fevereiro.

Veja a programação especial do Theatro Municipal no mês de comemoração dos 90 anos da Semana de Arte Moderna

De caráter experimental, profundamente vinculado às vanguardas européias, contribuiu para a renovação estética paulistana, num momento de forte urbanização da capital, em franca expansão industrial. Nela se apresentaram textos de Manuel Bandeira – lido pelo poeta Ronald de Carvalho –, Villa-Lobos e Di Cavalcanti – responsável pelos desenhos de divulgação presentes no cartaz do evento.

Para comemorar a data, uma série de atividades estão previstas ao longo deste ano. Para quem passa o Carnaval em São Paulo existe, por exemplo, a rede de museus que mantém em seu acervo muitas obras do período – como a Pinacoteca e o MAC, agora em sua recém inaugurada nova sede, no antigo prédio do Detran.

Mas não é só por dentro das instituições que os visitantes ou os moradores da cidade aprendem sobre a história, a arquitetura, a arte ou mesmo outros saberes. Um passeio pelas ruas do centro da cidade guarda outras surpresas, como a visita ao Largo do Paissandu, imortalizado em versos de Mário de Andrade, escritor, folclorista e um dos principais representantes modernista: “Meus pés enterrem na rua Aurora/Na Paissandu deixem meu sexo”.

Quase um século depois, sem a mesma importância de outrora, a região aguarda por revitalização, embora mantenha o charme de sua trajetória, além de algumas atrações próximas, como o Bar Brahma – que data de 1948 -, na Ipiranga com a São João, ou os edifícios históricos, como o Martinelli, o do Banco do Brasil e do Banespa, com seu mirante, além do Largo do Arouche por perto.

O modernismo rendeu frutos durante muitas décadas no Brasil. Outro de seus legados na cidade é a Casa de Vidro, de 1950, situada no bairro do Morumbi, de autoria da arquiteta Lina Bo Bardi – a mesma de outros pontos célebres, como o Masp, o Sesc Pompéia e o Teatro Oficina, situado no bairro do Bixiga. Mostras de que, embora boa parte da herança modernista esteja concentrada no Centro, é possível encontrar também outras pistas em diferentes bairros da cidade.

Plataformas Digitais
Aqueles que moram fora de São Paulo também podem aproveitar os arquivos digitais disponíveis on-line. A enciclopédia de artes visuais do Itaú Cultural tem a biografia de artistas, obras, além de pesquisa por termos e conceitos – dá para descobrir mais, por exemplo, sobre a Antropofagia, importante princípio do período, pensado sobretudo pelo escritor e agitador cultural Oswald de Andrade.

Outra alternativa é o site Antropofagia, um portal que reúne vasto material com os manifestos da época, manuscritos digitalizados, teses e vídeos com estudiosos do assunto, além de um banco de imagens com fotos e pinturas.

O museu argentino MALBA, localizado em Buenos Aires,  é outra fonte de pesquisas digitais representativa. Além da coleção de arte sul-americana, é lá que está o Abaporu, pintura icônica da artista Tarsila do Amaral.

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