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Por , do Porvir

Eles se intitulam a maior rede de professores do mundo, com 1,9 milhão de membros, e oferecem gratuitamente acesso a mais de 300 mil materiais didáticos produzidos e qualificados pelos próprios professores. São cerca de 2,5 milhões de downloads por semana, 3,5 por segundo. Além disso, publicam um dos mais famosos rankings qualitativos de universidades do mundo, o THE (Times Higher Education).

O TES (Times Educational Supplement) nasceu em 1910, como um caderno do jornal The Times, do Reino Unido, e hoje segue de forma independente como um dos principais publicadores de conteúdo focado em professores da Europa.

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Em visita ao Brasil, Gerard Kelly, editor do TES, contou que o projeto de compartilhamento de conteúdos entre professores nasceu há cinco anos com foco no Reino Unido, mas que nos últimos dois anos vem ganhando força, principalmente entre países de língua inglesa, mas que já chega a atingir professores que residem em países como Espanha, Coréia do Norte e Brasil – os brasileiros já somam 15 mil. A maior parte do material está disponível em inglês e inclui desde aulas de matemática, ciências e história até teatro, línguas estrangeiras e artes.

Em conversa com a equipe do Porvir, Kelly adiantou que eles já estão trabalhando em uma versão americana da plataforma. “Estamos apenas adaptando nomenclaturas e outros detalhes. Na prática, o que temos ouvido de professores americanos é que, apesar das diferenças nos currículos escolares dos dois países, o conteúdo do site tem sido compatível.” Confira a entrevista:

Como você descreveria o panorama atual da educação no mundo? Em que pé estamos?

A boa notícia é que a maioria dos países e pessoas do mundo já acreditam, de maneira que não entendiam há algumas décadas, que boas escolas e universidades são cruciais para o desenvolvimento econômico de suas sociedades. A má notícia é que poucos governos estão dispostos a investir os recursos necessários e muitos apenas se preocupam com as vantagens econômicas ligadas à educação e não no bem que ela produz em si mesma.

E como a mídia vem tratando o tema educação?

Não conheço o histórico brasileiro, mas posso dizer que na Grã-Bretanha a imprensa é muito ignorante sobre o estado atual da educação e muito crítica quando às habilidades dos professores. No geral, apesar da necessidade de melhorias, o sistema e as pessoas que nele trabalham são muito melhores do que a reputação que têm na imprensa.

A que se deve o sucesso da plataforma que vocês criaram? Por que tamanha procura?

Os professores procuram inspiração, acima de tudo. Eles visitam nosso site para encontrar ideias, para entender como outros professores trabalham os mesmos assuntos para então adaptar suas próprias aulas. O site é um sucesso porque é gratuito, fácil de usar, mas principalmente porque é feito por professores para professores, e não pelo governo. Eles confiam na própria comunidade para saber o que funciona e o que não funciona. A troca de conteúdo é horizontal como em qualquer outro movimento na internet – Facebook e Twitter, por exemplo. Não existe hierarquia nem autoridade por trás.

Na sua visita, que pontos em comum você encontrou entre o sistema educacional brasileiro e o britânico?

Os problemas do Brasil parecem ser semelhantes aos da Grã-Bretanha: como capacitar melhor os professores e as lideranças escolares; como inspirar o amor pelo aprendizado nas crianças quando os recursos são limitados e as demandas do sistema são tão grandes.

Como editor de uma plataforma sobre educação, que tendências você vê nessa área?

Estou bastante otimista. Apesar dos problemas óbvios, a educação mudou a agenda política e social, o que deve ser uma coisa boa. Além disso, já sabemos que nenhum sistema de ensino pode ser melhor do que a qualidade dos seus professores. Se os países querem melhorar o seu desempenho escolar, precisam investir na melhoria dos padrões de ensino. Isso não é algo fácil, mas pelo menos já é reconhecido como algo que precisa ser feito.

Como publicador do THE, o que você acredita ser um bom começo para as universidades brasileiras que queiram subir posições no ranking?

Acho que uma boa ideia é trabalhar os seus pontos fortes como ciências humanas, biologia e botânica. Mas também aumentar a presença nas redes mundiais e colaborar mais com parceiros no exterior.

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