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publicado dia 18 de maio de 2012

Museus têm potencial para conectar cidades

Normalmente visita-se um museu para conhecer sua coleção ou a história relatada pelas exposições. Mas e se o visitante também for ao museu para entrar em contato com visitantes de outros museus, em outros países?

Esta foi uma das provocações do debate realizado durante o evento “Cidades Conectadas e os Novos Museus”, nesta quinta-feira (17/5), no Museu do Futebol (SP). A atividade integra a programação da 10ª Semana Nacional de Museus, evento realizado anualmente, em comemoração ao Dia Internacional dos Museus (18/5).  Estiveram presentes o filósofo Rogério da Costa e o curador da instituição, Leonel Kaz.

Da Costa, que é professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e pesquisador de redes sociais e inteligência coletiva, comparou as cidades a corpos, onde as redes digitais desempenhariam um papel semelhante ao sistema nervoso. Nesta perspectiva, os museus funcionariam mais do que como guardiões da história. Segundo ele seriam “portais conectores de uma cidade para a outra, ou mesmo dentro da própria cidade”.

O filósofo propõe, a título de exemplo, o uso de uma tela de plasma, conectando em tempo real visitantes de museus situados em continentes diferentes.

A principal mudança em relação aos museus atuais é que as pessoas poderiam vivenciar um tipo de interação diferente daquela consagrada pela invenção do telefone, ou mesmo múltipla, no caso das redes sociais. “O museu hoje estabelece condições para que os visitantes experimentem outras percepções ao se relacionarem”, avalia. Nesse sentido, esses espaços estariam comprometidos com uma perspectiva relacional, com foco nos encontros e nas convivências.

Impessoalidade

Já o curador do Museu do Futebol, Leonel Kaz, chama a atenção para a despersonalização dos contatos nas cidades. Para ele, um dos maiores desafios dos espaços culturais hoje – museus sobretudo – é rever qual o seu real poder de transformação, em um contexto em que o principal tema da vida urbana é o medo e a subconsequente militarização dos espaços de convivência.

Segundo Kaz, uma das alternativas, no caso de um museu, seria ampliar a autonomia do visitante, com atividades interativas que propiciem o encontro intergeracional, confrontando e encontrando diferentes ideias. “A função educacional do museu na nova cidade é reverter a visão óbvia, o embrutecimento. Os museus podem abrigar a liberdade que a cidade talvez não dê. É o visitante quem modifica e qualifica o acervo visto num museu. Todas as coisas podem ser vistas de uma outra maneira”, afirma Kaz.

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