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publicado dia 21 de agosto de 2012

“Estados e municípios não conseguem trabalhar juntos na rede de ensino”, afirma presidente da Undime

Encontro da Rede Jovem de Futuro reúne gestores escolares de MG e RS para discutir a educação no Ensino Médio.

A presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais da Educação (Undime) e secretária municipal de educação de São Bernardo do Campo (SP), Cleuza Repulho, chama a atenção para dificuldade de construir um regime de colaboração na rede de ensino. “Estados e municípios não conseguem trabalhar juntos. Perdem tempo disputando escolas ao invés de construir ações positivas em conjunto”, ressalta.

A questão foi levantada durante o Seminário da Rede Jovem de Futuro, realizado em 8 de agosto, em São Paulo (SP). O evento é uma iniciativa do projeto de mesmo nome desenvolvido pelo Instituto Unibanco e instrumentalizado pela Associação Cidade Escola Aprendiz, que reuniu gestores escolares de Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Cleuza criticou a falta de continuidade nas políticas públicas, por conta das mudanças de gestão a cada quatro anos e levantou a necessidade de construção de uma política integrada entre secretarias e escolas. “As escolas têm que ter autonomia , mas não independência. Elas fazem parte de uma rede de ensino e é importante que esse trabalho esteja interligado”, enfatiza.

A diretora da Escola Técnica Parque da Juventude de São Paulo, Márcia Loduca, também participou do encontro, apresentando uma experiência de Ensino Médio com bom desempenho no Enem. Márcia trabalha com mais de 200 mil alunos provenientes, em sua maioria, de comunidades periféricas de São Paulo.

A instituição segue um modelo de gestão democrática e participativa, no qual professores, funcionários, alunos, comunidade e família trabalham coletivamente. “A escola não tem sinal porque acreditamos que cada um tem que saber de suas responsabilidades”, afirma. Outro diferencial é o projeto político pedagógico, que prioriza a interdisciplinaridade e a ideia de entendimento pleno do conteúdo e não sua memorização.

Segundo ela, o objetivo não é necessariamente aumentar os índices de aprovação no Enem, mas melhorar os processos de aprendizado para que os educandos possam usufruir de uma cidadania plena.  “Não é o conceito de competição, mas o de colaboração que é fundamental”, ressalta. Segundo ela, o resultado positivo dessa metodologia pode ser percebida no alto índice de frequência escolar dos alunos: 96%.

A coordenadora pedagógica do Cieja (Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos), do Campo limpo, Êda Luiz, apresenta o trabalho realizado na instituição, onde também está sendo implantado um modelo de escola com participação democrática  e aberta ao público. “A escola não se faz sozinha, deve estar inserida na comunidade”, acredita a educadora.

Para estreitar essa relação, todos os estudantes que se formam realizam, como produto final, uma ação no bairro. Outro diferencial são as parcerias com outras secretarias, como a da saúde e da cultura, que visam atender as demandas trazidas pelos estudantes nas assembleias.

Rede Jovem de Futuro

O seminário foi promovido para dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelo Projeto Jovem de Futuro, uma iniciativa que visa contribuir para a melhoria da qualidade da educação no Ensino Médio de escolas públicas. Por meio da capacitação de um grupo de gestão, o projeto incentiva a criação de um Plano de Melhoria de Qualidade que deve ser implementado ao longo de três anos com apoio técnico e financeiro.

De 2008 a 2011, o Projeto foi implantado em escolas mineiras e gaúchas, promovendo um avanço significativo nos índices escolares. “Reduzimos muito nossos índices de evasão. Mais do que melhoria do aprendizado, é criar uma cultura que valorize a conclusão do Ensino Médio”, observa a supervisora escolar da Escola Estadual Carlos Bina, de Gravataí (RS), Lígia Ramos.

Para o coordenador de validação do Instituto Unibanco,  Marcus Costa, o aumento dos índices de aprovação no Enem – hoje porta de entrada para muitas universidades – é também consequência desse trabalho.  “Melhorando o desempenho, há mais credibilidade para que a experiência se reproduza, o que é nossa intenção.”

Depois de três anos de atuação, os gestores são convidados a integrar a Rede Jovem de Futuro para que as escolas construam um trabalho coletivo e prossigam trocando experiências. “Se depender de nós, a rede não vai parar. Não vamos medir esforços para dar continuidade a esses projetos e trabalhar em equipe, fortalecendo as escolas e tentando mudar as perspectivas da educação no Brasil”, garante a diretora da Escola Estadual Maurício Murgel de Belo Horizonte (MG), Sônia Amaral.

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