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publicado dia 6 de novembro de 2012

“Quem acompanhou os jornais conseguiria fazer a redação do Enem”, diz candidata

4,17 milhões de candidatos fizeram o segundo dia de prova do Enem.

Movimento imigratório para o Brasil no século 21. Este foi o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado no último domingo (4), por cerca de 4,17 milhões de pessoas. A proposta surpreendeu candidatos de várias idades e de todo o país que, no geral, esperavam abordagens diferentes.

“Estudei o ano todo achando que fosse cair algo sobre meio ambiente e sustentabilidade, por causa da Rio+20”, afirma Bárbara Basto, de 24 anos, que pretende cursar Psicologia em uma faculdade da capital paulista. O mesmo aconteceu com Anália Mendonça, de 16 anos, que cursa o 2º ano do Ensino Médio em Fortaleza (CE) e busca uma vaga em Engenharia Civil. Ela relembra que, nos últimos meses, escreveu uma redação por semana durante as aulas, mas nenhum professor previu um texto sobre imigração.

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A surpresa no tema prejudicou o desempenho do segundo dia de prova da estudante do 3º ano, Sabrina Ferro, de Promissão (SP). “Perdi muito tempo na redação e quando fui fazer Matemática, faltava 1h30 para terminar a prova. Fiquei nervosa e tive que chutar questões que vi depois no gabarito que eram fáceis”, afirma.  A nota do Enem é utilizada como forma de seleção em duas instituições públicas que a adolescente de 17 anos disputa uma vaga no Direito: a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e a Universidade Federal de Uberlânida (UFU), ambas em Minas Gerais.

O exame também é uma via de ingresso para as faculdades de Odontologia que a gaúcha Nathalia Beatriz, de 16 anos, almeja. Mesmo concordando que o tema da redação foi difícil, a estudante do 3º ano acredita que “quem acompanhou diariamente os jornais conseguiria desenvolver bem o texto”.

O assunto foi pautado pela mídia, depois da divulgação de novos dados do Censo Demográfico 2010, em 27 de abril deste ano, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). A pesquisa mostra que o número de imigrantes residentes no Brasil cresceu 86,7%, de 2000 a 2010. Para Tainara Gomes, de 19 anos, que mora em Planalto (SP) com “um pouco de conhecimento de geopolítica e com os textos de apoio dava pra escrever uma boa redação”.

A proposta trazia uma coletânea de informações sobre os imigrantes que saem da Bolívia e do Haiti em direção ao Brasil, acompanhados de um mapa com o trajeto percorrido pelos haitianos para entrada pelo Acre. Além disso, continha menções às imigrações no país, dos séculos 19 e 20, retiradas do site do Museu de Imigração.

A partir disso, o candidato deveria escrever um texto discursivo-argumentativo, de 8 a 30 linhas, com sugestões de intervenções no movimento imigratório para o país, respeitando os direitos humanos. Em 2011, o tema proposto foi “Viver em rede no século 21: os limites entre o público e o privado” e, o de 2010, “O trabalho na construção da dignidade humana”.

A redação do Enem deste ano passará por um processo mais rigoroso de avaliação, podendo ser corrigida por um terceiro corretor, caso a diferença entre as notas do primeiro e do segundo avaliador seja maior que 200 na pontuação final ou 80, em cada uma das cinco competências avaliadas. O sistema foi alterado pelo Ministério da Educação (MEC) para evitar situações como a de 2011, em que 120 pessoas entraram na Justiça para pedir vistas da prova por não concordarem com o resultado.

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