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publicado dia 26 de agosto de 2013

Estudo revela impacto da exploração de crianças e adolescentes no Cone Sul

Estudo foi apresentado durante o IV Encontro Internacional contra o Trabalho Infantil.

Yuri Kiddo, do Promenino com Cidade Escola Aprendiz

O estudo inédito sobre trabalho infantil “Trabalho Infantil e Adolescente: impacto econômico e os desafios para a inserção de jovens no mercado de trabalho no Cone Sul” foi lançado na manhã desta segunda-feira, 26 de agosto, durante o IV Encontro Internacional contra o Trabalho Infantil, em São Paulo. Elaborado pela Tendências Consultoria, encomendado pela Fundação Telefônica, a pesquisa traz dados e números que expõem, sob um ponto de vista econômico, o quadro de causas e consequências do trabalho infantil no Brasil e nos outros países do Cone Sul (Argentina, Chile e Uruguai, Paraguai).

Ainda que haja avanços no caminho para a erradicação do trabalho infantil no Brasil, ele ainda é mais invisível do que deveria ser. A afirmação foi da presidente da Fundação Telefônica, Françoise Trapenard, na abertura do evento. “É melhor trabalhar do que estar na rua, esse pensamento tem que morrer. Quando pararmos de eternizar a pobreza e nos indignarmos, enquanto povo, enquanto houver uma criança trabalhando, tenho certeza que conseguiremos erradicar o trabalho infantil”.

Aproximadamente 305 milhões de crianças estão envolvidas em alguma atividade econômica ao redor do mundo, sendo 70,4% em situação de trabalho infantil, representando 15% do total de crianças. No Brasil, o número de meninos e meninas entre cinco e 17 anos utilizados como mão de obra é de 3,7 milhões. O estudo aponta que o nível de renda, baixa escolaridade dos pais, famílias grandes e evasão escolar de crianças e adolescentes estão diretamente ligados ao trabalho infantil. “Comparando famílias idênticas, percebe-se que as chances de crianças em situação de trabalho é menor nas famílias cujos pais concluíram o ensino médio”, explica o consultor da Tendências, Fernando Botelho, na exposição do estudo.

Para as crianças que continuam na escola, quanto mais tempo ela trabalha, menor são as suas notas. “Isso compromete a entrada no mercado de trabalho futuramente, porque ela não terá o rendimento necessário suficiente para quebrar esse ciclo vicioso”.

Outro ponto destacado no estudo é a questão da exploração da mão de obra por parte das empresas. “As crianças nessas condições ganham muito menos do que um adulto. Além da informalidade, elas são mais dóceis e tem menos chances de se rebelarem e exigirem direitos, por exemplo”, pontua Botelho. “Esse tipo de mão de obra é barata. A economia em termos de remuneração é muito grande para a empresa”. Assim, cria-se outro círculo vicioso, o do uso do trabalho de crianças na competição entre empresas, exatamente para baratear os custos.

Em relação ao Cone Sul, no Brasil e no Paraguai, as principais atividades infantis estão relacionadas à agricultura. No Chile, Argentina e Uruguai, o trabalho infantil e adolescente está ligado ao comércio e varejo. No Uruguai, há indicadores relativamente ruins, quase 30% dos jovens estão envolvidos em algum tipo de trabalho.

Por fim, o custo das politicas para tirar as crianças do mercado de trabalho seria de 29,433 milhões de dólares. “O investimento é pequeno em relação ao retorno econômico e social”, afirma o consultor.

O Encontro é o momento final de debates que se espalharam pelos 14 países da América Latina. “Fizemos trabalhos em 14 países, o Encontro passou por Equador, Panamá e México. Chegamos agora ao Cone Sul, no Brasil, encerrando essa jornada de construção”, afirmou Trapenard.

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