Perfil no Facebook Perfil no Instagram Perfil no Twitter Perfil no Youtube

publicado dia 25 de outubro de 2013

Mostratec revela conhecimento produzido fora do Brasil

Alternativas para a preservação das culturas tradicionais, do meio ambiente e até mesmo dos dentes de colegas – esses são alguns temas explorados pelos estudantes que vieram de longe para participar da 28º Mostratec, que se encerra hoje (25/10) na cidade de Novo Hamburgo (RS).

Acompanhe a cobertura completa da Mostratec 2013
Jovem brasileiro deve ter direito à ciência garantido, afirma diretor da Mostratec
Abertura da 28ª Mostratec ressalta direito à ciência na educação
Preocupação ambiental e inclusão são destaques na Mostratec

O Portal Aprendiz selecionou alguns projetos internacionais que revelam a diversidade de culturas representadas por mais de 27 países na maior feira de ciências da América do Sul. Acompanhe!

Pacho

Um deles é o purificador de água criado por Hebert Raúl Gallardo, estudante mexicano de 18 anos que desenvolveu seu projeto ao ver os amigos das comunidades rurais de Tequisquiapan deixarem de ir à escola por causa de problemas dentários, causados pela água não filtrada que bebiam. “É uma realidade muito dura e não há dinheiro para comprar água em garrafa”, afirma Hebert, que pesquisou e comprovou os altos níveis de flúor e até mesmo de excrementos animais presentes na água dessa região.

Segundo ele, a criação passa pela sinergia entre energia solar e tecnologias inovadoras de filtração de água. A engenhoca, nomeada de PACH2O (purificador de água para comunidades – lê-se ‘pacho’), custaria cerca de 50 dólares; pelas contas do jovem cientista, baseado no preço da garrafa d’água no México, o investimento daria retorno em três meses. “Além de ser um projeto inovador, é encantador saber que posso ajudar as pessoas ao resolver seus problemas diários”, orgulha-se.

Guarani

Na cidade de Encarnación, no Paraguai, estudantes se sentiram aflitos com os rumos que o idioma original de sua terra estava tomando. Junto ao castelhano, o guarani é considerado idioma oficial do Paraguai, mas segundo Jorge David, 17, apenas 5% dos seus colegas sabem falar a língua. “Há um forte medo de ser estigmatizado, pois o guarani é associado à pobreza”, explica Sergio Gonzales, 17.

Eles criaram o software “Alternativa Guarani”, que tem a pretensão de não deixar a língua sumir nas próximas gerações. “O guarani tem um valor cultural impalpável”, reflete Gustavo Fleitas, 17. O programa é todo desenvolvido na língua e propõe exercícios de leitura compreensiva e preenchimento de letras de música, por exemplo. “Queremos não apenas resgatar nosso verdadeiro idioma, mas criar uma iniciativa para mudar nossa maneira de educar”, garante Jorge.

Menos gasolina, mais água

Saindo da América Latina rumo ao sul da Ásia, dois jovens indianos conceberam um projeto que acreditam ser capaz de revolucionar o mundo: um carro movido a água. “Na nossa escola temos nos preocupado muito com a poluição. Esse veículo não solta gases contra a atmosfera e ainda pouparia os combustíveis fósseis, auxiliando na batalha contra o aquecimento global”, revela Chinar Kokaje, cientista de apenas 14 anos.

“No futuro, os eco-carros serão mais do que uma opção. Eles serão necessários”, afirmou Dhaval Shrishrimal, 14, ao fazer uma demonstração de que a invenção é comprovada. Na cidade de Mumbai, onde vivem, 20% da poluição no ar é emitida pelos veículos. O sistema é simples: com dispositivos para armazenar energia solar, o carro funciona a partir de um mecanismo que bombeia a água em movimentos circulares, que é transferido para as rodas.

Matemática e natureza

De volta à América do Sul, os peruanos Rolando Borja, 17, e Ziomy Zevallos, 16, decidiram misturar seus conhecimentos matemáticos com a paixão que carregam pela natureza. Assim, desenvolveram um método matemático que ajuda a reconhecer as espécies de árvore que possuem mais risco de extinção.

Para tanto, criaram uma complicada equação que representa o crescimento das ramificações e galhos dessas árvores e descobriram que, quanto mais desdobramentos uma árvore tem – aumentando assim seu tamanho e sua longitude no espaço –, menos ela consegue captar a energia solar, tornando-se mais frágil. “Pensamos na matemática como uma ciência viva, uma alternativa para fazer o mundo melhor”, conclui Ziomy.

Frutas frescas e limpas

Na Colômbia, a inquietação do estudante Andrés Gomes, 17, tinha relação com feiras e mercados de alimentos que sempre frequentou – ele percebeu que as frutas, verduras e legumes eram muito mal estocados, fator que contribuía para afetar sua qualidade e frescor. “Observei que esses alimentos passavam nas mãos de 10 a 15 pessoas antes de ser vendido, e até mesmo espirros eram dados em cima deles”, conta. “Frutas contaminadas causam doenças e infecções, intoxicação e diarreia”.

Ele criou o protótipo de um armazenador para esses alimentos, que controla a temperatura, a humidade e a decomposição de gases. Há também um mecanismo que permite a abertura do protótipo apenas àqueles que utilizarem gel antibacterial. “Pude juntar vários conhecimentos em um só projeto: biologia, matemática, engenharia eletrônica e, principalmente, a consciência ambiental”, acredita Andrés.

O repórter Danilo Mekari viajou a convite do evento.

As plataformas da Cidade Escola Aprendiz utilizam cookies e tecnologias semelhantes, como explicado em nossa Política de Privacidade, para recomendar conteúdo e publicidade.
Ao navegar por nosso conteúdo, o usuário aceita tais condições.

Portal Aprendiz agora é Educação & Território.

×