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publicado dia 3 de dezembro de 2013

Antes violenta, Medellín se transforma em referência de cultura e inovação

Escadas instáveis foram substituídas por escadas rolantes.

Em 1991, o município colombiano de Medellín foi considerado o mais violento do planeta. Hoje, mais de vinte anos depois, a mesma cidade foi eleita pelo Urban Land Institute como a mais inovadora do mundo. Segundo o jornalista Jorge Melguizo, ex-secretário da Cultura Cidadã de Medellín, criatividade e inovação foram as palavras de ordem dessa transformação.

Melguizo é uma das cabeças por trás do Criativando Medellín, projeto baseado em educação, desenvolvimento participativo e cultura. Ele esteve presente na mesa de abertura do Seminário Internacional Sampa CriAtiva, que ocorreu nesta segunda-feira (2/12), em São Paulo. Plataforma online que permite o envio de propostas sobre como melhorar a qualidade de vida na capital paulista, o Sampa CriAtiva realiza este evento  para trocar experiências e conhecimentos com outros países.

Criativando Medellín

Em um contexto de violência urbana estimulado pelo conflito entre narcotráfico, paramilitares e grupos guerrilheiros, no início dos anos 1990, a cidade de Medellín chegou a contabilizar aproximadamente 6.700 homicídios por ano. Para reverter essa situação, “cada vez que ouvíamos a palavra pistola, sacávamos a cultura”, relata Melguizo, ao fazer um trocadilho com a célebre frase de Joseph Goebbels, ministro da propaganda da Alemanha nazista.

“O impulso de projetos tecnológicos, educativos e culturais despertou uma mentalidade empreendedora nos cidadãos”, avalia o jornalista, para quem merece destaque o fato de todas as iniciativas de mudança terem partido do poder público “em um país marcado pela corrupção e desconfiança no governo”.

Festa do Livro

Um dos principais feitos do projeto, o uso de equipamentos culturais para a transformação dos bairros mais pobres, levou bibliotecas e livrarias para lugares antes dominados pelo narcotráfico. Na cidade, também foi criada a Festa del Libro y de la Cultura, evento anual gratuito que atrai cerca de 330 mil pessoas.

Bibliotecas públicas foram erguidas em locais onde os equipamentos culturais eram raros.

“No fim dos anos 1980 havia apenas 10 livrarias em Medellín, produto de uma cidade marcada pela violência. Hoje, temos 84 livrarias, além das bibliotecas e da Festa do Livro”, afirma Melguizo. “Qualquer projeto público tem que ter um lado pedagógico.”

Escadas rolantes

Outra iniciativa inovadora de sucesso foi a construção de escadas rolantes no bairro Las Independencias, uma comunidade vulnerável de Medellín, onde a população subia o equivalente a um prédio de 22 andares todo dia em escadas improvisadas. Lançado em dezembro de 2011, as escadas rolantes são administradas pela empresa municipal de transportes e funcionam das 5h às 23h (assim como o metrô).

Além de permitir a criação de uma galeria urbana de grafites feitos pelos próprios cidadãos, os funcionários das escadarias são jovens que vivem na região. “Isso promove um sentimento de orgulho, cuidado e pertencimento”, finaliza Melguizo.

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