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publicado dia 10 de janeiro de 2014

10 personagens ilustrados para conhecer nas férias

Um levantamento realizado pela Secretaria de Educação de São Paulo entrevistou mais de um milhão de jovens da rede pública para descobrir quais eram suas preferências literárias. Ao serem perguntados “que tipo de livro vocês gostam de ler?”, 45% dos estudantes do ensino fundamental e médio responderam que o gênero favorito eram os quadrinhos, seguidos por contos e poemas.

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O recurso dos quadrinhos em materiais didáticos é amplamente utilizado em provas, vestibulares e livros educativos, por atraírem a atenção do jovem para os diversos elementos postos em cena pela linguagem escrita combinada com a gráfica. Pensando nisso, o Portal Aprendiz listou dez personagens, em quadrinhos ou livros ilustrados, – classificados por faixa etária – que podem divertir, ensinar, incentivar o gosto pela leitura e fazer refletir jovens de todas as idades.

#10 – Calvin, da série Calvin e Haroldo, de Bill Watterson

Publicado originalmente com o nome de “Calvin and Hobbes”, entre 1985 e 1995, as histórias do garoto norte-americano de seis anos Calvin e de seu tigre de pelúcia Haroldo ganharam os jornais, jovens, crianças e adultos de todo o mundo. Como a Mafalda, de Quino, as tirinhas são perfeitas para todas as idades, misturando momentos de rebuscamento teórico e filosófico com pitadas de um humor simples, bonito e atemporal.

O autor, Bill Watterson, baseou Haroldo em seu gato e, sem filhos, teve que recorrer à própria infância para imaginar o rico e imaginativo universo de Calvin. O tigre, que flutua entre um animal falante e um boneco de pelúcia, de acordo com quem é o observador, acompanha o garoto em suas aventuras imaginárias contra a rotina muitas vezes maçante e padronizadora dos colégios. Dando vazão a sua rebeldia, frequentemente infantil e sem causa, Calvin consegue resolver com criatividade muito de seus dilemas, tarefas e lições de casa.

Um fato interessante: Watterson nunca permitiu que sua obra fosse licenciada em produtos (lancheiras, camisetas, adesivos) ou virasse animação, por afirmar que o formato das tiras é a expressão possível para a narração das aventuras, imaginárias ou não, de Calvin. A recusa também é frequentemente exposta nas elocubrações e diálogos entre Calvin e Haroldo, que questionam o consumismo em massa, a desinformação televisiva, a poluição e as guerras, de uma forma inteligente e sensível. É impossível passar pela leitura de Calvin sem rir e pensar sobre si e sobre o mundo, reforçando o caráter de aprendizagem para todos, de identificação para os mais novos e de volta aos tempos idos para os mais velhos.

Que idade? Todas.
Onde achar? Recentemente, uma coletânea com toda a obra foi publicada em inglês e pode ser comprada pela Amazon, para quem tem algum domínio da língua. A tirinha também é publicada diariamente pelo jornal Estado de S. Paulo, pode ser encontrada na internet e teve diversos títulos publicados no Brasil, como “A Vingança da Babá” e “Deu “Tilt” no Progresso Científico”.

#9 e #8 – Suriá e Lola, de Laerte Coutinho

Imagine uma criança que mora dentro de um circo com seus pais malabaristas. Seus melhores amigos são um leão, uma elefanta, um urso e um macaco. Essa é Suriá, personagem criado pelo cartunista Laerte para representar o universo infantil e circense.

Um dos grandes cartunistas do Brasil, Laerte se inspirou em sua filha – que frequentava um circo-escola – para criar a personagem. Como a rotina de uma companhia de circo é de muitas viagens, Suriá sempre troca de amigos e acaba tendo uma convivência muito intensa com a trupe de artistas e animais do circo.

Já Lola é uma andorinha serelepe que voa livremente pelos céus das cidades e campos e, ao mesmo tempo, se diverte observando as pessoas e tudo o que acontece. Segundo o autor, a andorinha nasceu de um ovo no Rio Pequeno, bairro da zona oeste de São Paulo, e hoje tem suas tirinhas publicadas no suplemento infantil do jornal Folha de S. Paulo.

Nelas, Lola está sempre em busca de novidades e aventuras que levem diversão e conhecimento para a andorinha e seus amigos.
Que idade? Crianças. Mas mesmo adolescentes e adultos costumam se encantar pelas personagens.
Onde achar? A Editora Devir publicou um livro compilando diversas histórias de Suriá. E a Narval Comix fez o mesmo com a Lola (além disso, é publicada uma nova tirinha todo sábado, na Folinha).

#7 – Mafalda, de Quino

As histórias da menina rebelde de Buenos Aires, que têm uma estátua no bairro de San Telmo, local presumido de suas aventuras, se tornaram icônicas por toda América Latina. Profundamente contestadora do mundo que vive  (e também da mania dos adultos de fazerem sopa), Mafalda enlouquece seus pais, professores e amigos com seus questionamentos inocentemente contundentes. A narrativa é acompanhada de amigos, como Susanita, que sonha em ser mãe, do avoado Miguelito, do sonhador Filipe e do capitalista de bairro Manolito, cada um representando um estereótipo que será posto em xeque com frequência pela pequena.

Mafalda faz pensar quem quer que tenha contato com suas tirinhas, muitas delas produzidas durante a ditadura argentina, que matou cerca de 30 mil pessoas e calou uma nação. Mas não ela. A menina não fica tímida ao apontar seus dedos para as feridas de um mundo que ela percebe como doente. Mas para além disso, também há muita brincadeira de criança, acompanhada pelo melhor do humor argentino, levado ao seu grau mais apurado pelo cartunista Quino, cujas obras vão para além da menina de San Telmo. Nascido em 1932, ele recentemente parou de desenhar, mas anima-se por ter conseguido dizer “quase tudo que sentiu” e ter tentando contribuir para diminuir os problemas do mundo.

Que idade? Todas.
Onde achar? Um tomo reúne todas as tiras da Mafalda, chamado “Toda Mafalda”. Quem já leu aos 8, leu de novo aos 11 e aos 15 e 22 e 30. E sempre encontrou um livro novo. Do mesmo autor, há a bonita coletânea de seus trabalhos, “Eso no es todo”, disponível apenas em espanhol. Para quem quiser se aventurar, ler a Mafalda e o Quino no original pode ser uma boa porta de entrada para a língua que nos avizinha.

#6 – Enriqueta, da série Macanudo, de Liniers

Da Argentina, e do traço do cartunista de Liniers, vem Enriqueta, acompanhada de seu gato falante Fellini e de seu ursinho de pelúcia Madariaga. Sem pretensões de ser sucessora da Mafalda – quem sabe até poderiam ser amigas? – Enriqueta é uma das muitas personagens criadas por Liniers, que segue produzindo. No Brasil, ele é publicado pela Folha de S. Paulo e apresenta seus pinguins, coelhos e misteriosos homens de negro.

Enriqueta adora ler grandes livros, passear e se esticar à sombra de uma árvore para ter suas aventuras filosóficas e existências. A exploração formal de Liniers extrapola a estrutura clássica de três quadros das tirinhas e oferece observações sensíveis de nossa vida, aliadas dos mais diversos elementos fantásticos.

Que idade? Todas.
Onde ler? Muito pode ser achado em blogs de fãs pela internet ou no próprio site do artista, que apesar de desatualizado, concentra diversas tirinhas (em espanhol). Para os brasileiros, a série “Macanudos” foi traduzida para o português e pode ser encontrada em livrarias. Afinal, muito melhor ler as aventuras de Enriqueta na sombra de uma árvore do que na frente de uma tela.

#5 – Max, de “Onde vivem os monstros”, de Maurice Sendak

Um dia Max se veste com sua fantasia de lobo e destrói algumas coisas de casa. Posto de castigo pela mãe e trancado em seu quarto, ele navega por um grande mar até chegar numa ilha, onde é condecorado rei dos monstros. Após algum tempo, o jovem monarca se cansa e volta, saudoso e faminto, para um jantar quente, para casa e para o amor de sua mãe.

A história, contada e ilustrada por Sendak em apenas 338 palavras, foi inicialmente um fracasso de crítica. Mas professores e livreiros repararam que as crianças seguiam visitando e revisitando a obra. Ao olhar mais cuidadosamente o livro de Sendak, críticos descobriram que o ele ressoou tão profundamente no universo infantil por tratar de questões que dizem respeito a todos, mas que são pouco encaradas por autores do gênero, como raiva, tédio, medo, frustração e inveja e como as crianças conseguem simbolizar estes sentimentos, superando e vivenciando o lado selvagem das coisas.

A fuga imaginativa de Max também virou um filme, dirigido por Spike Jonze, com trilha sonora composta pela banda Karen O And The Kids.

[youtube width=”600″ height=”400″]https://www.youtube.com/watch?v=rAfcBwYuNDU[/youtube]

Que idade? Crianças, principalmente.
Onde achar? A editora Cosac Naify publica, em português, “Onde vivem os monstros”. Também pode ser uma boa ideia combinar a leitura do livro com a exibição do filme, de mesmo nome.

#4 – Nicolau, de René Goscinny e ilustrado por Jacques Sempé

Goscinny, o criador de Asterix e Obelix, presenteou a infância com as histórias do pequeno Nicolas (Nicolau, em português), acompanhadas das ilustrações de Jacques Sempé. Com cinco livros lançados, a série relata os casos cotidianos de um garoto cotidiano, que frequenta uma escola, brinca a tarde e vive com os pais.

Publicado pela primeira vez em 1959, oferece uma memória nostálgica dos anos cinquenta, apesar de se manter atual para qualquer criança. O grande destaque dos livros é que foi uma das primeiras experiências literárias a contar a vida de uma criança a partir da perspectiva dela própria. Nicolau narra seus casos, com elementos da prosódia tipicamente infantis, egocêntricos e inocentes.

Dos olhos da infância, abundam interpretações das falhas do mundo do adulto, sempre recheadas com momentos de graça, ternura e comédia. A história de Nicolau, com seus amigos Clotário, Godofredo, Eudes, A Professora e grande elenco, foi traduzida para o cinema em 2009.

Que idade? Qualquer pessoa que esteja na escola. Ou já tenha passado por ela.
Onde achar? Os cinco livros da série, O Pequeno Nicolau, As Férias do Pequeno Nicolau,  Novas Aventuras do Pequeno Nicolau, O Pequeno Nicolau e seus Colegas e Pequeno Nicolau no Recreio, foram publicados em português pelas editoras Rocco e Martins e podem ser encontradas na internet ou em livrarias.

#3 – Vladek Spiegelman, da graphic novel Maus, de Art Spiegelman

 

Vladek Spiegelman é pai do cartunista Art Spiegelman e tornou-se o personagem sua obra mais conhecida, Maus, uma graphic novel (novela gráfica) agraciada com o Prêmio Especial do Pulitzer. O título do livro, que quer dizer rato em alemão, denota a escolha do artista para retratar as crônicas de seu pai, um judeu polonês que sobreviveu aos campos de concentração do nazismo, durante a II Guerra Mundial.

No livro, cada povo é representado pelo animal escolhido pela propaganda nazista para designá-lo. Os alemães, por sua vez, aparecem como gatos. Traduzido para mais de 30 línguas, Maus se tornou também referência nas salas de aula da Alemanha, como bibliografia sobre o período.

Art Spiegelman conseguiu, com Maus, retratar de uma forma nova o Holocausto que vitimou milhões de judeus. O suporte dos quadrinhos renova as formas de simbolizar este triste episódio, sem tirar a complexidade do absurdo. Na tentativa de dar nome ao inominável, o cartunista conseguiu construir, através da memória de seu pai, o que não pode ser repetido nem tolerado, ao mesmo tempo em que lhe dá uma dimensão humana e em diálogo com o presente. O livro foi dedicado a Richieu Spiegelman, irmão mais velho de Art, morto durante a Guerra.

Que idade? Adolescente, jovens e adultos.
Onde achar? O livro foi traduzido e publicado no português pela Companhia das Letras.

#2 – Marjane Satrapi, da graphic novel Persépolis

Persépolis era a antiga capital do império persa. A cidade também dá título à premiada autobiografia em quadrinhos feita pela iraniana Marjane Satrapi.

A história percorre os momentos que precederam a Revolução Islâmica no país, e também mostra as tensões que houve durante o período – tudo na visão de uma garota crescendo em meio ao aumento do conservadorismo e em um país onde o clero detinha o poder político.

Com apenas dez anos, Marjane se viu obrigada a usar véu. Na sua classe, só havia meninas. Nesse contexto opressivo, onde conflitos bélicos, bombardeios e tortura se tornaram comuns, os pais de Marjane decidem enviá-la à Viena, onde a jovem vive outras turbulências por estar distante de sua famíília e exilada de sua pátria.

Por fim, Marjane se vê diante de um dilema: ou mantém a liberdade que conquistou em sua nova cidade, ou retorna para sua terra natal, onde não poderá manifestar o que pensa e sonha.

Que idade? Adolescentes e adultos.
Onde achar? A editora Companhia das Letras publica a obra em português. Além disso, foi feita uma animação de mesmo nome baseada no livro, distribuída pela Europa Filmes.

#1 – Sonho, do HQ Sandman, de Neil Gaiman.

O escritor norte-americano Neil Gaiman transformou, em sua série Sandman, o sonho em um personagem, que governa o sonhar de tudo que é vivo desde que o universo é universo. Ele têm dois irmãos mais velhos, o Destino e a Morte, e quatro mais novos, Destruição, Desejo, Desespero e Delírio. Essas entidades atemporais foram batizadas de Perpétuos.

Gaimain criou uma narrativa singular em quadrinhos, ilustrada com maestria por grandes mestres do gênero. Um mundo fantástico diverso, atemporal e complexo, onde os Perpétuos convivem com deuses, mortais e com seus próprios fantasmas.

Durante o desenvolvimento da série, que se dá em 13 arcos, o personagem se desenvolve, cresce e aprende no contato com humanos, nas armadilhas de sua família, governando o reino dos sonhos, aprisionado ou nos confins do universo, enquanto leva o leitor para navegar por momentos e lugares e da história – e tantos outros inventados por Gaiman.

Que idade? Jovens e adultos.
Onde encontrar? A série foi publicada em português pela editora Panini.



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