publicado dia 2 de abril de 2014
Para celebrar o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, comemorado nesta quarta-feira (02/4), o Portal Aprendiz selecionou três histórias de mães e pais que, a partir do diagnóstico de autismo de seus filhos, construíram estratégias de cuidado e atenção para proporcionar desenvolvimento, compreensão e qualidade de vida. E, no caminho, inspiraram tantas outras famílias. Confira.
Autismo e escola: os desafios e a necessidade da inclusão
O pai que transformou o universo do filho autista em imagens
Elijah, filho do fotografo Timothy Archibald, foi diagnosticado como autista. Sem saber como lidar com o fato novo, Timothy resolveu construir pontes para o universo de seu filho, usando sua profissão como matéria prima.
“Quando nós colaboramos, as vezes ele lidera, as vezes sou eu, mas o Eli costuma fazer coisas inesperadas… algo que eu nunca seria capaz de pensar. Olhamos para as imagens na câmera digital e tentamos melhorar, levar para outras direções. Eu gosto da ideia de delegar o controle criativo para uma criança, quando eu apenas controlo a câmera”, contou Archibald.
As experiências, espontâneas ou montadas, deram origem a um ensaio que se tornou o livro “Echolillia: Sometimes I Wonder”, um sensível retrato do universo do menino e de seu pai. Confira o site do fotógrafo para ter acesso ao livro e ao trabalho.
A mãe que desafiou tabus para melhorar a qualidade de vida do seu filho
Joey tomava 12 remédios para tratar das complicações do autismo. Sua mãe ouviu dos médicos que ele iria morrer. Com sinais de raquitismo e sintomas graves de anorexia, além de comportamento hostil, a criança de 10 anos, estava em risco. Os remédios haviam prejudicado seu fígado e lhe davam insônia e anorexia. Desesperada, sua mãe recebeu de um médico a receita para o uso de maconha medicinal.
Passados 5 anos, Joey ganhou cerca de 50 quilos, sorri e, segundo sua mãe, Mieko Perez, ganhou personalidade e conforto. “É tudo uma questão de melhorar a qualidade de vida dele”, afirma em vídeo da Fundação Não-Convencional Para o Autismo (UF4A), entidade fundada por Mieko para ampliar o alcance de terapias alternativas e oferecer apoio à famílias em busca de tratamento.
A fundação também se propõe a levantar verba para pesquisa médica e tratamento, além de ajudar pais que não tenham condições de pagar por tratamentos para filhos diagnosticados com autismo, uma vez que a UF4A aposta em cuidados não cobertos pela maioria dos planos de saúde, como aquaterapia, terapia ocupacional. “Não buscamos cura, prevenção ou tratamento de doenças, mas a promoção de saúde e extensão da vida”, afirma o site em sua missão.
O escritor que fez uso de sua fama para debater o autismo
Célebre pelo romance “Alta Fidelidade”, o escritor britânico Nick Hornby reuniu contos de 12 célebres escritores de língua inglesa no livro “Falando com anjos”, cuja renda foi inteiramente revertida para uma escola de apoio à criança autista, que vem desenvolvendo metodologias de ensino e aprendizagem para os estudantes e suas famílias, atendendo indivíduos com alto grau de dificuldade e, em especial, que não tenham condições financeiras.
Hornby é pai de um garoto diagnosticado com autismo e tem falado abertamente das dificuldades enfrentadas e das alegrias da paternidade. Muito famoso não apenas na Grã-Bretanha, o escritor aproveita suas inserções na mídia para discutir o assunto e apoiar outras famílias em situação semelhante.