publicado dia 12 de dezembro de 2014
Ações que aliam educação e direitos humanos são premiadas em São Paulo
por Juliana Sada
publicado dia 12 de dezembro de 2014
por Juliana Sada
Por Juliana Sada, do Centro de Referências em Educação Integral
“DAS UTOPIAS
Se as coisas são inatingíveis… ora!
Não é motivo para não querê-las…
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!”
Foi com este poema de Mário Quintana que a socióloga Maria Victoria Benevides comentou o trabalho realizado por escolas, professores e estudantes inscritos no 2º Prêmio Municipal de Educação em Direitos Humanos. Ela, integrante da comissão julgadora do prêmio, exaltou os educadores que simbolizam a “mágica presença das estrelas” no caminho rumo ao horizonte da utopia.
Na noite desta quarta-feira (10/12), 16 iniciativas escolares da rede municipal de São Paulo foram homenageadas pelo trabalho que realizam para a construção de uma sociedade mais justa e na qual o respeito e a tolerância são regras. “O Prêmio visa estimular e dar visibilidade aos projetos desenvolvidos que consolidam a cultura de direitos humanos no exercício cotidiano da educação”, explicou o coordenador de educação em direitos humanos da Prefeitura de São Paulo, Eduardo Bittar.
O coordenador destacou o aumento no número de inscrições, de 63 em 2013 para 100 em 2014, e a variedade de temas: “a rede municipal tem um olhar muito abrangente do campo de discussão”. Já Maria Victoria, ressaltou a grande presença de instituições de ensino infantil. “Se antes me perguntassem como trabalhar direitos humanos para uma criança de três anos, eu não saberia dizer.”
O Prêmio, que está em sua segunda edição, se organizou em quatro categorias: Grêmios Estudantis, Unidades Educacionais, Estudantes e Professores. A iniciativa da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, contou com participação de projetos de todas as 16 diretorias regionais de ensino do município. Na premiação, o Auditório do Ibirapuera estava repleto de educadores, crianças e adolescentes que torciam para suas iniciativas, comemoraram e se emocionaram com o reconhecimento.
Confira a seguir os premiados de cada categoria.
Grêmio estudantil
Grêmio Estudantil em ação: conhecendo o passado para fortalecer o futuro (EMEF 19 de Novembro/Vila Dalila)
Em 2014, o Grêmio 19 de Novembro decidiu debater violações dos direitos humanos. A entidade realizou, por exemplo, uma “feira de ideias” para debater possíveis temas aos alunos que realizariam o trabalho de conclusão autoral – entre as sugestões estavam a ditadura militar, violência contra a mulher e apartheid.
Estudantes
Nas Ondas do Marili: Comunicação – um Direito Humano (EMEF Professora Marili Dias/Jardim Palmares)
O grupo de educomunicação formado por estudantes produz vídeos e programas de rádio que são veiculados na escola. O grupo também organiza mostras culturais na instituição. “Antes eu não tinha noção de que como adolescente, eu podia chegar e opinar”, relata o estudante Cícero Gonçalves. O trabalho dos estudantes pode ser visto na página deles no Youtube.
Professores
Café Terapêutico (CIEJA Campo Limpo/Campo Limpo)
Realizado periodicamente, o Café Terapêutico reúne mães e pais dos estudantes e demais interessados em dialogar sobre o contexto no qual as pessoas com deficiência estão inseridas. Nas reuniões, os familiares debatem os serviços públicos existentes para atender seus filhos e também como podem melhorar a aprendizagem deles.
Conheça mais sobre a iniciativa: Cieja Campo Limpo discute cotidianamente a inclusão no Café Terapêutico Solidário
Unidade Educacional
Ditadura militar em um viés literário (EMEF Frei Francisco de Mont’Alverne/Vila Domitila)
Nos 50 anos do golpe militar, a escola decidiu debater o período da ditadura junto aos alunos. O caminho escolhido foi o da literatura. Por meio de uma linguagem mais envolvente, a escola conseguiu sensibilizar os estudantes para a temática.
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